Travessia Para Avalon - Segundo Encontro - O Corpo da Deusa



Agora que já nos familiarizamos com o mito de Avalon, acompanhamos a viagem de Jean aos lugares sagrados de Glastonbury e ao Jardim do Poço do Cálice, um lugar muito apreciado por sua beleza e pelo poder medicinal de suas águas.

Ao chegar e ver as águas de coloração avermelhada ela se lembrou de seus dois partos e logo em seguida descobriu que sua menstruação chegara inesperadamente. 

O Cálice simboliza o corpo da Deusa, a capacidade de gerar vida e a regeneração cíclica da natureza desde tempos imemoriais, sendo um símbolo muito forte dentro da cultura celta.

Estas águas são cristalinas, mas por serem ricas em Ferro tingem as rochas de vermelho, 
o que dá a impressão de que a água é vermelha.

Representa também os mistérios da mulher, que são essencialmente mistérios do corpo, nos três aspectos da Deusa: donzela, mãe e anciã. A beleza da fertilidade e renovação do útero através da menstruação, da capacidade de gerar, dar à luz e sustentar uma nova vida. Do significado profundo da passagem para o climatério.

Para conhecê-los é preciso experimentá-los e perceber sua dimensão sagrada.

Vemos que muitas mulheres se esquecem que são parte da natureza e consideram a menstruação, o sexo e o parto como coisas sujas ou vergonhosas. Uma de nossas amigas comentou no encontro o quanto ouve outras mulheres dizendo que "na próxima encarnação querem nascer homens" pois acham um sofrimento ser mulher. Que pena...

Curiosamente, nesta viagem ela encontrou duas jovens mulheres e se tornaram amigas. Uma delas havia retirado o útero devido a um mioma e a outra estava em tratamento para um câncer de ovário.  Elas se sentiam feridas em sua feminilidade e lamentavam sua situação.

Jean, uma mulher já experiente, médica e terapeuta junguiana, mãe de dois filhos adultos, que teve sua última menstruação nesse jardim, sentou-se com elas à sombra de uma árvore e conversaram sobre suas angústias. Eram tantas perguntas das jovens...

Afinal, o que define nossa feminilidade?

A ausência do útero ou dos ovários diminui a feminilidade? 

Como viver a dimensão sagrada no corpo?

A falta de um órgão alteraria a circulação energética?

Ter filhos seria o único meio para experimentar o aspecto materno da Deusa? 

Foi uma conversa linda, emocionante...

Para ler a continuação, clique aqui.






14 comentários:

  1. Olá, Dra. Cristiane!
    Adoro poder "acompanhar" os encontros.
    Também quero saber "se ter filhos é o único meio para experimentar o aspecto materno"?
    Beijo carinhoso!
    Feliz semana!

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  2. Num ambiente tão prenhe de significados, o encontro das naturezas se reveste de simbologia ancestral.Posso imaginar a profundidade das trocas vertidas nas águas d'alma.
    Estou curiosa, Cris.

    Boa semana.
    Bjos,
    Calu

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  3. Oi Cris,
    Mais uma vez me senti em falta com este livro, As Brumas de Avalon.
    Bjs

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  4. Olá Cristiane,

    Que encontro maravilhoso. As vezes sem perceber nos afastamos do feminino, nem sempre aceito pelo meio na sua forma natural, e por vezes repetimos rituais ou aceitamos declarações que nos afastam do nosso lado real e verdadeiro.
    beijos e boa semana.

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  5. Oi Cris, lembrei-me da frase: " elas não dão a luz, mas graças ao trabalho de seus lábios, tornam-se mães " não sei de quem é autoria, mas lembrei dessa frase que faz alusão ao trabalho das abelhas... Beijo querida

    Denise
    dojeitode.blogspot.com

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  6. Olá Cristiane,
    Fiquei curiosa sobre a próxima postagem, esse assunto é bem interessante.
    Nem sempre sabemos como resgatar a feminilidade, mas acho que resgatar a auto estima é um dos primeiros passos.
    Um abraço
    Sonia

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  7. Cristiane , acompanho seus posts com entusiasmo . Aguardo a segunda parte do belíssimo texto . Obrigada . Beijos .

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  8. Cristiane, espero que esteja bem amiga, eu já voltei ao blogue, beijos

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  9. Bom, na próxima e em todas as outras vidas eu quero nascer mulher - adoro, não troco por nada. eu passei uma fase meio difícil quando tirei útero e ovários, mas meu marido me ajudou bastante. Não sei se a senhora leu a postagem sobre isso, mas meu marido disse assim: que se ele me conhecesse hoje, se eu não dissesse que não tinha mais útero e ovários, ele não ia saber. Que eu sou a mesma pessoa... Muito disso vai da nossa cabeça, de nós mesmas nos julgando menores, menos mulheres...Se conhecer e se aceitar prá poder seguir em frente e ir melhorando, evoluindo...

    Beijos, Doutora querida!

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  10. Cris Amada... adorei ver sua participação na Revista Bons Fluidos desse mês falando sobre Energia Feminina, adorei porque acredito que você tem todo conhecimento sobre o assunto e realiza um tremendo trabalho para resgatar essa energia. Adorei as ilustrações de Isabelle vou fazer um banner com as ilustrações e decorá-lo como os estandartes de São João só que com elementos femininos... flores, pérolas, conchas etc... etc.. Parabéns... você merece todo o reconhecimento. Amei essa postagem... fiquei me perguntando o que define a minha feminilidade. Com carinho da admiradora de sempre... Rê.

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  11. Muito bom! Excelente texto! Me encanto com todo esse universo...
    Maravilhoso...

    Beijos e beijos

    http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/

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  12. Cris querida, como sempre sua sensibilidade recria a obra. Esse trecho do livro mexeu muito comigo, acredito que com todas nós, mulheres. Quando nos vemos "sagradas", somos muito mais que o tecido de um útero, ovário, mama...esta energia está em nós! No que criamos, no que alimentamos, acalentamos. As pessoas que têm um número 6 forte em seus mapas numerológicos vivem "grávidas", precisam se sentir assim...eu digo sempre: crie. Tenha projetos, faça arte, há múltiplas possibilidades de engravidar e dar vida a tudo onde pomos a nossa energia. Muito grata. Amei essas imagens do Pinterest, quero encontrá-las!

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  13. Uau...!
    Que bom que ela escreveu este livro.
    Assim podemos compartilhar desse momento que elas viveram.
    Que sorte tiveram essas jovens (e nós por consequência).
    Que maravilha você nos trazer essas pérolas! :o*

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