As Longas Colheres - Histórias Que Curam


Este  belo conto faz parte das Histórias da Tradição Sufi.

Num reino muito distante, havia um rei famoso por suas fantasias meio excêntricas. Um dia ele mandou anunciar que daria a maior e mais bela festa de seu reino. Toda a corte e todos os amigos do rei foram convidados.

No dia da festa, o palácio era só esplendor.  Todos admiravam fascinados as apresentações dos dançarinos e os divertimentos mais refinados.

Entretanto, não havia comida em parte alguma e com o passar do tempo, a fome foi crescendo. Mas ninguém ousava reclamar diante do rei.

As apresentações continuaram por horas e horas. Finalmente, quando a situação tornou-se insuportável, o rei levou seus hóspedes para uma sala especial, onde uma refeição os aguardava.

Todos correram em direção a um delicioso aroma de sopa que estava num enorme caldeirão no centro da mesa.  Eles queriam servir-se, mas não havia nenhum prato, nem tigela, somente enormes colheres de metal, de mais de um metro de comprimento.

Os cabos não permitiam que o braço levasse a sopa à boca, porque não se podia segurar as escaldantes colheres a não ser por uma pequena haste de madeira na extremidade.

Desesperados, todos tentavam  sem resultado. Até que um dos convidados encontrou a solução: segurando a colher pela haste em sua extremidade, levou-a à boca de seu vizinho, que pôde comer à vontade.

Todos o imitaram e se saciaram, compreendendo enfim que a única forma de alimentar-se naquele palácio, era servindo um ao outro.


5 comentários:

  1. Lindo texto e que sábia conclusão! beijos, linda semana,chica

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  2. Que bela mensagem esse conto nos traz... adorei Cris!
    Tenha uma feliz semana amiga, bjus!

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  3. Bela e cativante história, Cris. Cura, ensina, remexe e desperta bons sentimentos; impulsiona a boa-vontade.

    Linda semana pra vc.
    Bjo,
    Calu

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  4. Essas longas colheres são metáforas de várias situações onde o que se pode/deve fazer é justamente cuidar do outro - ainda que não se tenha chegado a perceber que ao cuidar do outro a cura é minha, assim como a saciedade...
    Belo texto!

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  5. O que sentimos, o outro também sente e juntos, podemos criar uma vida compartilhada, colaborada, unida. Bonita história.

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