Mostrando postagens com marcador Eros e Psique. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Eros e Psique. Mostrar todas as postagens

Ampliando a Beleza dos Relacionamentos


O que vemos quando olhamos para nossos entes queridos?

Começamos a enxergá-los de um jeito e,  em pouco tempo, não desconfiamos que essa pessoa seja muito mais do que nos parece,  de que  ela encarne diferentes risadas, olhares, gestos.     

A cegueira se evidencia quando a flagramos em outro mundo, seja encontrando um amigo de infância ou fazendo algo inusitado. É como se fosse outra pessoa!

Nunca abraçamos alguém por inteiro - e nem deveríamos tentar.

Seu/sua companheiro/a nunca foi nem nunca será apenas seu companheiro: é uma pessoa que vive com você. Conectar-se com essa pessoa livre, não apenas com suas identidades, é o melhor jeito de aprofundar a relação.

Conhecer o outro muitas vezes significa congelar o outro. Para conhecer alguém é preciso desconhecê-lo, relacionar-se com o espaço onde surgem suas faces e histórias. Liberar o outro de quem ele é (ou de quem pensamos que seja).

Impedimos as pequenas mortes e renascimentos quando silenciosamente, sem saber, exigimos que o outro encarne de novo e de novo o personagem com o qual estamos acostumadas.

Desejamos suspresas ao mesmo tempo que as dificultamos. Ao controlar, tentamos garantir que a relação dure, que não sejamos abandonadas, que o outro não seja assim tão livre: "Mude, mas somente dentro das mudanças que eu espero."

Conhecer o outro é alimentar sua imprevisibilidade, descobrir não tanto o que a pessoa é ou foi, mas quem não é, quem ainda pode ser.

E isso é lindo...aumenta as possibilidades criativas dos relacionamentos e da vida!

Gustavo Gitti

Quão Grande é Seu Amor?


Você se cobre com os caminhos empoeirados do hábito,
dos conceitos e preconceitos...
E no entanto, você é o milagre, a liberdade e a beleza
que faz  os Deuses se ajoelharem.

Você se veste de hesitação e desconfiança
que te fazem tão desesperadamente se apegar
às réplicas plásticas de quem você é.

Mas você é a dor do Real chamando do outro lado do risco.
Você é aquela coragem mística
Que nos faz levantar e sair da cama todas as manhãs, apesar de tudo.

Bonita, exilariante, paradoxal, cósmica, densa,
Matéria escura e radiação incrível.
Aqui é o seu mundo.
Aqui você está.

Você tem estado tão ocupada criando paredes,
apertando sua cauda e suas asas neste vestido comportado.
Tentando compartimentar a riqueza insondável que você é.

Mas compreenda que
Não há nenhuma ação, nenhuma retenção,
Nem brotação ou apodrecimento,
Nenhum amante ou predador,
Nenhum perdedor ou herói,
Nenhuma ferida, nenhuma vitória
Que não seja você.

Aqui é o seu mundo.
Aqui você está.

Quão grande é seu amor?

Chameli Devi Ardagh


Com carinho para todas e especialmente 
para as Lobas que Iniciarão a Jornada em 2021.


Sabe Viver Com Volúpia?

Bailarina Representando a Deusa Volúpia - Pinterest

Volúpia era uma Deusa Grega, filha de Psiquê e Eros. Ela nasceu após Psiquê ter cumprido quatro árduas tarefas impostas por Vênus para recuperar seu amado. 

Chamá-la de Deusa do Prazer é muito redutivo. É bem mais do que isso.  Volúpia se refere a toda a vida que chega pelos órgãos dos sentidos. Conta o mito que "No devido tempo, Psiquê deu à luz Volúpia."

Preste atenção no detalhe: No devido tempo.

Vivemos uma era de excessos: excesso de consumo, de adrenalina, de estímulos, de informações...e por trás disso um imenso vazio... há o  excesso de vivências mas não nos damos o tempo para que se  transformem em experiência. Falta Volúpia, e ela só aparece "no devido tempo".

Nesta era de velocidade, onde o valor está no fazer, ter, produzir, quem consegue parar e apreciar a volúpia de uma fruta suculenta, de uma brisa refrescante, do esplendor do nascer do sol, do aroma de uma flor, do corpo do ser amado, do canto de um pássaro?

Em nossa cultura não há espaço nem tempo para volúpia. E sem ela, a vida fica muito sem graça.

Pare  um pouco, faça menos e seja mais. Pelo bem da volúpia...e da sua alegria de viver.

Para conhecer a Lenda de Eros e Psique - a Mais Bela História de Amor da Grécia antiga - clique aqui.




Eros e Psique - O Gran Finale!



Parecia que era o final da jornada para Psique...

Mas Zeus, o grande Rei do Olimpo e marido de Hera, já andava meio impaciente com os caprichos de Afrodite e achou que desta vez ela tinha passados dos limites com a pobre princesa.

Então, quando Psique se deparou com o despenhadeiro, surgiu a águia de Zeus; que tirou o jarro de suas mãos e voando muito alto conseguiu pegar um pouco da água do rio  Estige.

Mas Afrodite não se daria por vencida, reservou sua principal armadilha para o final...

Agora, Psique teria que ir até o Reino de Hades (o mundo dos mortos) e trazer um pouco da beleza da Rainha Perséfone. Quem vai até lá não volta, agora se livraria da jovem.

Psique também  não iria desistir...

Quando chegou no início da trilha para o Hades, uma grande torre de pedra a chamou e lhe deu instruções detalhadas para poder ir e voltar viva!

Primeiro deveria ter duas moedas de prata para o barqueiro Caronte, que fazia a travessia do rio das almas.  Uma para pagar a ida e outra para a volta.

Durante a travessia, não poderia estender a mão para ajudar a ninguém, pois não a soltariam e ficaria presa no rio.

Precisava ter um bom petisco para distrair Cérbero, o cão de três cabeças que guarda a porta do Hades. E enquanto estivesse no palácio de Perséfone, não poderia comer nada, senão ficaria lá para sempre.

Ela seguiu direitinho as instruções e conseguiu da Rainha uma caixinha com seu sono de beleza.

Enquanto isso, Zeus foi pessoalmente ao palácio de Afrodite exigir que ela soltasse Eros (que estava preso, lembram?) e parasse de vez com essa vingança sem sentido. 

Além disso, Zeus achava ótimo que Eros se casasse mesmo, porque assim pararia de causar tantas confusões amorosas entre os Deuses.

Psique já estava quase chegando ao palácio de Afrodite, mas achou que depois dessa longa jornada precisava se recompor um pouco para poder reencontrar seu marido. Pegar só um pouquinho dessa beleza não faria mal...

Mas quando abriu a caixinha, caiu num sono de morte! Ela não sabia que o sono de beleza das Deusas era demais para uma mortal.

Eros, assim que conseguiu se libertar, saiu voando veloz à procura da esposa. Ele a encontrou a tempo de despertá-la antes que a morte a levasse.

Zeus veio ao encontro do casal e os abençoou dizendo que poderiam morar no Olimpo.  Deu a Psique um pouco de ambrosia e ela se transformou numa Deusa.

Logo que chegaram ao Olimpo, ela deu à luz a trigêmeos! 

A primeira filha, Volúpia, a Deusa da Virtude e da Alegria de Viver.

O segundo filho, o Deus do Prazer. 

O caçula, Eros Segundo, um menino travesso que iria causar muitas confusões amorosas ainda...

E viveram felizes para sempre!


Que história linda, não é? 
Que mensagens ela traz para nós?

Se perdeu a primeira parte, clique aqui.
A segunda, aqui.




Eros e Psique - Segunda Parte



A angústia de Psique crescia...até que numa noite, enquanto seu marido dormia, ela tomou coragem e acendeu uma lamparina.

Aproximou-se do leito e eis que Oh!....Quem dormia era Eros o próprio Deus do Amor! 

Psique ficou chocada com a descoberta, tremeu. Uma gota de óleo quente caiu no ombro de Eros.  Ele acordou com um grito de dor e ao perceber o que acontecera, saiu voando para nunca mais voltar.

Outra uma vez sozinha, à noite, à beira do abismo...

Amanheceu e Psique saiu do castelo, vagando em desespero por ter perdido seu amor. Seu primeiro impulso foi desejar a morte. 

Atirou-se no rio. 

Mas ele a devolveu gentilmente à margem e lhe disse que se a esposa de Eros morresse ali, ainda mais estando grávida, seria amaldiçoado pelos Deuses.

A aflição da princesa só aumentava, foi se embrenhando na floresta, quem sabe lá encontraria seu fim?

Mas lá encontrou foi o Deus Pã tocando sua flauta...

Ao descobrir a causa do desespero de Psique e seu desejo de morrer, deu uma grande gargalhada e disse: O que é isso menina? Lute pelo seu amor! Vá até o palácio de Hera (a Deusa do casamento) e conte-lhe tudo, ela saberá o que fazer.

Um lampejo de esperança surgiu. Ouvindo a história, Hera compadeceu-se da menina e foi fazer uma visitinha à Afrodite...

Com a insistência da Grande Mãe do Olimpo, Afrodite concordou em receber Psique. Mas não teve a menor compaixão. 

E também não revelou que Eros estava lá. Ele havia procurado a mãe para cuidar de sua ferida e ela o encarcerou no castelo, para que não voltasse à sua esposa.

Disse que se a princesa quisesse rever Eros, precisaria cumprir quatro árduas tarefas (que ela sabia serem impossíveis para qualquer mortal...).

Reunindo toda coragem que ainda restava, Psique aceitou. 


Afrodite então levou-a a um salão repleto de grãos e sementes variadas. Todas misturadas. A primeira tarefa seria separar as sementes até o amanhecer.

Olhou ao redor e começou a chorar...estou perdida...

Mas as formigas que andavam por lá ouviram seu choro e disseram à princesa que descansasse. Num instante, milhares de formigas se reuniram e trabalharam diligentemente a noite toda. 

Psique estava esgotada e adormeceu. Despertou com Afrodite abrindo a porta do salão e dando um grito de espanto.

Pilhas e pilhas de sementes cuidadosamente separadas por tipo e tamanho! Nenhum mortal conseguiria isso!

Passou a segunda tarefa à princesa, pensando: "Desta vez ela não vai conseguir..."

Você deverá trazer para mim a lã de ouro dos Carneiros de Fogo que vivem à beira do rio.


Estes carneiros eram gigantes e ferozes, poderiam facilmente matá-la.  Ela os avistou e escondeu-se entre os caniços do rio, tremendo de medo...

Os caniços tiveram pena da jovem e sussurraram ao seu ouvido: "Espere...ao meio dia eles dormem...você poderá pegar os tufos dourados presos nos arbustos..."

Ela ficou quietinha esperando a hora mais quente do dia e quando adormeceram, com todo cuidado pegou alguns tufos de lã e levou para a Deusa.

Ah...mas Afrodite exigiu algo ainda mais difícil. Trazer um jarro das  águas da nascente do rio Estige. 

As pedras escorregadias na beira de um despenhadeiro e os dragões que vivem ali se encarregariam de matar a princesa.

Psique viu a altura das pedras. Seu ventre redondo com o crescimento do bebê tornava a escalada impossível.

E agora?

Logo, logo, vem o post com o final da história...

Se perdeu a primeira parte, clique aqui
Para ver o final, aqui




Eros e Psique - A Mais Bela História de Amor da Mitologia Grega - Primeira Parte



Esta é uma história de encantamento. Traz vida longa e boa sorte a todos que a escutam ou leem.

Há muitos e muitos séculos, havia um Rei que tinha 3 lindas filhas. Mas a caçula, chamada Psique (Alma, em grego), era de longe a mais bela. Tão bela, que as pessoas vinham de longe apenas para admira-la. Diziam que era a própria encarnação de Afrodite, a Deusa da Beleza.

Os anos passaram, as meninas cresceram, as duas irmãs mais velhas encontraram ótimos pretendentes e se casaram. E Psique, que era deslumbrante, continuava solteira. Porque os príncipes ao vê-la, ficavam em um estado de deslumbramento tal, que queriam apenas adorá-la como se fosse uma Deusa.

Essa intensa peregrinação ao palácio onde Psique morava, chegou aos ouvidos dos Deuses, ou mais precisamente, da Deusa Afrodite, que se sentiu ultrajada: "Como assim? Ousam adorar uma mortal como se fosse eu?"

Afrodite então chamou seu filho Eros (o Deus do Amor) e pediu que alvejasse Psique com uma de suas flechas, para que ela se apaixonasse por um monstro. Assim estaria vingada.

Eros foi até o palácio, preparou seu arco, mas quando avistou Psique ficou pasmo por tanta beleza e acidentalmente furou seu dedo com uma das flechas. O resultado....perdidamente apaixonado por ela!

Voltou para casa e relatou o acontecido para sua mãe, que nem preciso dizer, ficou mais possessa ainda! Ela enviou uma terrível praga ao reino de Psique como vingança.

O Rei, pai da princesa, vendo a calamidade em seu reino foi ao templo consultar o Oráculo, para saber a causa desse sofrimento. O Oráculo relatou que o motivo era a ira de Afrodite que se sentia ultrajada pela beleza de Psique. A única saída seria sacrificá-la ao monstro que vivia no abismo nos limites do reino.

O Rei entrou em desespero, chorou, clamou, mas o Oráculo foi implacável: Sacrificar a princesa ou todos morrerão.

Depois de muitas lágrimas, formou-se um cortejo para acompanhar a princesa até o abismo, onde realizaria sua núpcias de morte. Ela foi deixada sozinha, à noite, à beira do abismo. 

Quando esperava pelo pior, um vento suave a ergueu e a carregou até um lindo castelo. Seres invisíveis serviram boa comida, bebida e tocaram música. Em seu quarto havia um banho quente e lençóis macios, ela adormeceu.

De madrugada, o noivo chegou. Ela ficou com medo, mas uma voz suave a tranquilizou e as carícias despertaram seu desejo. Uma noite de deleite se seguiu, mas antes do amanhecer o noivo foi embora.

Passava os dias acompanhada por seres invisíveis que a atendiam, mas ansiava pela noite...pelos prazeres que a visita de seu marido proporcionava. No entanto, ele sempre ia embora antes do amanhecer e ela nunca vira seu rosto.

Apesar disso, estava apaixonada e feliz. 

Com o tempo, a saudade da família apertou, queria dizer a eles que estava viva e bem. Tomou coragem e falou desse desejo ao marido. Ele acolheu sua vontade, com a condição de que ela, em hipótese alguma poderia ver seu rosto.

No dia seguinte, Zéfiro (o Deus dos Ventos) trouxe suas irmãs para visitá-la em seu maravilhoso castelo. Elas se abraçaram e se emocionaram...Psique lhes contou sobre sua vida ali, sobre como estava apaixonada por seu marido e era feliz. 

As irmãs ficaram intrigadas com o fato dela não poder ver o rosto do marido: E se você estiver dormindo com um ser monstruoso? Você precisa saber com quem está vivendo! 

Psique dizia às irmãs que ele era muito gentil, realizava todas as suas vontades, mas elas insistiam que deveria encontrar uma maneira de vê-lo. Logo elas foram embora, mas a semente da dúvida já estava brotando em Psique. 

Nesse ínterim, começou a desconfiar que talvez estivesse grávida. E se ele for realmente um monstro? E se eu der à luz um ser horrível? 

O que fazer?

Se você fosse a princesa, o que faria?

Para ver a continuação, clique aqui