Mito e Psique


Como histórias criadas ha milênios se atualizam em nossa época e são vividas inconscientemente? 
Quais as mensagens e símbolos contidos em cada mito e como essas imagens atuam em nossa psique?

Você sabe qual ou quais mitos estão presentes em sua vida? E que mitos estão ativos em nossa sociedade?

Como disse Jung: "Aquilo de que não tomamos consciência vivemos como destino."

Fazemos a amplificação simbólica dos mitos com exemplos da clínica, sonhos, cinema, artes e literatura.

Para ver todos os detalhes do curso  e o Mito que está sendo estudado neste semestre clique aqui.


Abaixo alguns dos mitos que já estudamos



Se partires um dia rumo a Ítaca,
faz votos de que o caminho seja longo,
repleto de aventuras, repleto de saber.

Nem Lestrigões, nem os Ciclopes
nem o colérico Posídon te intimidem;
eles no teu caminho jamais encontrará
se altivo for teu pensamento, 
se sutil emoção teu corpo e teu espírito tocar. 

Nem Lestrigões nem os Ciclopes
nem o bravio Posídon hás de ver,
se tu mesmo não os levares dentro da alma,
se tua alma não os puser diante de ti.

Faz votos de que o caminho seja longo. 

Numerosas serão as manhãs de verão
nas quais, com que prazer, com que alegria,
tu hás de entrar pela primeira vez um porto
para correr as lojas dos fenícios
e belas mercancias adquirir:
madrepérolas, corais, âmbares, ébanos,
e perfumes sensuais de toda a espécie,
quanto houver de aromas deleitosos.

A muitas cidades do Egito peregrina
para aprender, para aprender dos doutos.

Tem todo o tempo Ítaca na mente.
Estás predestinada a ali chegar.
Mas não apresses a viagem nunca. 

Melhor muitos anos levares de jornada
e fundeares na ilha velha enfim,
rica de quanto ganhaste no caminho,
sem esperar riquezas que Ítaca te desse. 

Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te ponhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.

Ítaca não te iludiu, se a achas pobre.
Tu te tornaste sábia, uma mulher de experiência,
e agora sabes o que significam Ítacas.


Konstantinos Kaváfis
(Trad. 
José Paulo Paes)


Na Mitologia Grega, Ítaca era a ilha natal de Ulisses, para onde ele voltaria ao final da Odisséia, mas aqui adquire um valor simbólico, uma metáfora da própria vida.

O poema foi escrito como se o leitor fosse um homem, tomei a liberdade de trocar para o gênero feminino em função do significado para nosso trabalho.

Para aquecer as participantes do novo Grupo: Mito e Psique que iniciará em setembro e compartilhar um pouquinho desta jornada com todas as nossas leitoras!

Qual é sua Ítaca? Como está sua viagem?



Por que as Histórias e os Mitos nos encantam?
 

Sabe que contar histórias tem uma finalidade?
O processo de as contar é, em si mesmo, um processo curativo,
em parte por haver alguém que está ali a gastar o seu tempo
para lhe contar uma coisa significativa.

E está a gastar o seu tempo porque pode "estender uma mãozinha", 
ajudar na sua vida, talvez,
mas sem querer se aproximar para lhe dar conselhos.

Ou por outra, quer realmente dá-los, sim,
mas de uma maneira que se torne inseparável
de todo o seu ser - de você, que o escuta.

É isso que fazem as histórias.
Desde que as perceba e as assimile,
as histórias são diferentes dos conselhos 
porque se transformam numa das substâncias da sua alma.

É por isso que as histórias nos curam.

Alice Walker
(escritora e ativista americana, autora de "A Cor Púrpura")


Lembrando a função dos Mitos e Histórias para nossa saúde psíquica.

Neste primeiro encontro iniciamos e estudo do livro Uma Breve História do Mito de Karen Armstrong, discutimos o Capítulo 1 - O Que É Mito? que apresenta a importância e as funções dos mitos em nossa psique.


O Mês de Abril, a Páscoa e o Feminino Sagrado

Afrodite/Vênus


O nome do mês de abril, foi originariamente inspirado em Afrodite (ou Vênus), a Deusa da Beleza e do Amor, pois é o mês em que as flores desabrocham na primavera do hemisfério norte, a neve derrete e a terra se abre para receber as sementes. Posteriormente, os romanos passaram a chamá-lo de Aprilis.

Esta palavra vem de Aprireque significa abrir, lembrando um atributo pouco conhecido desta Deusa: o de guardiã do portal da vida. Ela era representada nua, com as mãos apontando para seus genitais, a passagem que permite à alma “abrir a porta da vida”. E desde tempos imemoriais, o ovo simbolizava o surgimento desta nova vida.


Ostara


Para os anglo-saxões, este mês chamava-se Easter Monath, que  até  hoje é mantido na palavra inglesa Easter (Páscoa). Este nome era em honra à Deusa da Primavera e da Fertilidade chamada Eostre. Os celtas a chamavam de Ostara. O coelho é o símbolo desta Deusa.

Bast

Os egípcios, cananeus e fenícios também batizaram este mês em honra a Deusas . No Egito este mês era dedicado à Bast, a Deusa solar com cabeça de gato, Deusa da alegria e da brincadeira. Os cananeus e fenícios reverenciavam uma Deusa chamada Rainha do Paraíso.

É importante lembrar que todas as Deusas tinham seus respectivos Deuses consortes. Masculino e Feminino Sagrados estavam sempre juntos. 

Um caso curioso  é o da Deusa do Paraíso dos cananeus e fenícios; cujo consorte - o Deus do Trovão - com um nome impronunciável composto por 4 letras (IHVH), ao longo dos tempos passaria por modificações e se tornaria o futuro Deus dos povos semitas (e mais adiante daria origem a três grandes religiões: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo). 

Em todos os povos da antiguidade esta época era marcada por uma celebração do renascimento da natureza e do renascimento espiritual, homenageando suas respectivas Deusas com flores, um banquete, ovos coloridos, coelhinhos saltitantes... 



Mas como é que isso tudo foi se transformar na  Páscoa e na comemoração da Ressurreição de Cristo? 


Lembram da Deusa do Paraíso?



Pois é...Muitos séculos depois, surgiram povos semitas no oriente médio que adoravam a Deusa do Paraíso, também chamada de Asherah ou Astarte; e o seu consorte, o Deus do Trovão.

Este Deus, por simbolizar o Trovão, não era representado em imagens, somente através da luz do relâmpago e do fogo, e seu nome composto de quatro letras (IHVH) era impronunciável (posteriormente, na Bíblia, seu nome foi traduzido como Iavéh ou Javé ou Jeová).

No Renascimento, Michelangelo o representou na Capela Sistina:

Aos poucos eles foram abandonando a Deusa do Paraíso e adorando somente ao Deus JavéSó que o Deus isolado de sua contraparte feminina foi se transformando num Deus severo… como podemos ver no Velho Testamento.

Estes povos deram origem aos hebreus e a uma nova religião: o judaísmo


Posteriormente esse povo foi escravizado no Egito, e através de uma longa saga protagonizada por Moisés, foi libertado exatamente no dia 14 do mês de Nissan de 1280 A.C. (que coincidia com a época das festividades pelo renascimento da natureza). 

Eles passaram a comemorar esta data não apenas como um renascimento da natureza, mas também como um renascimento espiritual, a Festa da Libertação, chamada de Pesach (Páscoa, em hebraico). 


Séder de Pesach/ Ceia de Páscoa

Muitos séculos depois surgiu um homem sábio chamado Jesus de Nazaré, que também era judeu e comemorava todas as festividades de sua cultura, como o Pesach (Páscoa). A Santa Ceia ou a última ceia de Jesus foi exatamente a celebração da Páscoa judaica. 


A vida de Jesus deu origem a uma nova religião: o cristianismo. E nos seus primórdios, não havia comemorações do nascimento e nem da ressurreição de Cristo. Os discípulos se concentravam apenas em compreender e praticar seus ensinamentos.

Só que à medida que a religião foi se propagando, buscando novos adeptos, foi incorporando outros costumes, tentando dar-lhes uma roupagem cristã.

Portanto, ao chegar no continente europeu, as festividades de honra às Deusas pelo renascimento da natureza, que coincidiam com a época da ressurreição de Cristo e  da libertação dos hebreus, foram incorporadas ao calendário cristão.

Mas a Deusa continua entre nós através de seus antigos símbolos (ovos e coelhos), que permaneceram mesmo após tantos séculos… e apesar de várias metamorfoses, a essência desta celebração não mudou!

Que  possamos nos lembrar disso e buscar a renovação externa e interna, que cultivemos nosso  jardim com esperança pela nova colheita e pelo desabrochar das flores da alma.
Feliz Páscoa! 



Suméria - Deusas Inana e Ereshkigal

No Grupo Mito e Psique estamos dando a volta ao mundo através dos mitos de várias civilizações, fazendo uma relação com a psicologia, filosofia, história, artes...Neste ano estamos nos dedicando às Primeiras Civilizações que surgiram no Ocidente: Suméria, Egito e Ilha de Creta.

Dedicamos 4 meses ao estudo da Mitologia da Suméria e seria impossível trazer todo este conteúdo aqui. Então contarei apenas o Mito das Deusas Inana e Ereshkigal, que é o mais famoso e representativo desta civilização. Permite muitas amplificações simbólicas.

Está registrado em placas de argila de mais de 5000 anos, conservadas no museu do Louvre (conforme você pode ver na foto acima).

A Suméria existiu onde hoje é o Iraque. Foi uma civilização fascinante; deles recebemos a escrita, a agricultura, técnicas de irrigação, navegação à vela, organização em forma de cidades, um código de leis que é referência até os dias de hoje, astronomia e astrologia...e uma riquíssima mitologia.

Representação gráfica à partir dos achados arqueológicos de como era uma cidade da Suméria há mais de 4000 anos. Vejam como era uma civilização avançada.

O mito é muito, muito longo, tentarei contar resumidamente. Há outras versões, a que utilizo é a que está nas placas de argila e foi traduzida diretamente para o inglês.

No princípio era o caos do mar primordial. A grande Deusa Namu começou a separar as águas em águas doces e águas salgadas. E entre elas surgiu a terra. Céu e terra se formaram e então surgiu o Sol, trazendo o fogo vital.

A grande Deusa começou a dar origem a outros Deuses, que regeriam cada elemento da natureza. Os Deuses do Ar, das Águas, a Deusa da Terra e o Deus do Submundo.

O Deus do Ar e a Deusa da Terra se casaram e tiveram três filhos: O Deus do Sol e duas gêmeas: As Deusas Inana e Ereshkigal. Elas eram incrivelmente belas.

Um dia, o Deus do Submundo (ou Mundo dos Mortos) chamado Nergal viu a bela Deusa Ereshkigal brincando com outras donzelas e se apaixonou imediatamente.  Ao invés de cortejá-la e pedi-la em casamento aos seus pais, ele a raptou e a levou para seu reino, obrigando-a a tornar-se sua esposa.

Ela gritou desesperadamente pedindo socorro, mas ninguém a socorreu. O Deus Nergal era muito poderoso, representava a morte, e com ele não se brinca...diziam os demais Deuses. Então ela ficou presa no submundo tornando-se a Rainha do Mundo dos Mortos e tempos depois descobriu que estava grávida, lamentando por seu destino.


Enquanto isso, sua irmã Inana, recebeu dos Deuses a semente da árvore da vida, que plantou na terra e dela surgiram todas as plantas vitais para o sustento da humanidade. Um homem chamado Dumuzi passou a cuidar com carinho de cada planta, aprendendo a cultivá-las com a Deusa, dando origem à agricultura. 

Os Deuses ao redor da árvore da vida. A Deusa Inana é representada pela estrela de oito pontas (o planeta Vênus).

Inana apaixonou-se por Dumuzi e eles se casaram. Ele se tornou rei, indo morar no castelo da Deusa. Eles viviam felizes e tiveram dois filhos. 

Ao viver entre os seres humanos, Inana descobriu as paixões: o amor, o desejo, o ciúme e o medo. E o maior medo que os seres humanos tinham: o medo da Morte. Ela passou a amar profundamente a humanidade.

Até que um dia chegou a notícia de que Nergal, o Deus do Submundo, havia morrido. Inana lembrou-se de sua irmã raptada e queria ir visitá-la. 

Mas todos os Deuses a alertam para que não fosse: "Não faça essa loucura, do reino dos mortos ninguém volta." 

"Você é adorada pelos seres humanos, Rainha do Céu e da Terra, por que abrir mão da sua imortalidade?"

Mas ela respondeu: "Exatamente porque sou adorada pelos seres humanos e porque os amo, quero conhecer o destino dos homens. Além disso, minha irmã está lá, quero visitá-la."

Os Deuses então disseram que se essa era sua decisão, que não contasse com eles, daqui para frente estaria por sua conta.

Ninshubur com o Tambor

Inana então foi a um dos seus templos e chamou por sua Sacerdotisa mais devota: Ninshubur. Pediu que Ninshubur fosse com ela até o portal para o Reino Inferior e que lá ficasse tocando seu tambor e cantando os hinos com os nomes da Deusa, para que Inana não se esquecesse de quem era e encontrasse o caminho de volta.

Pediu ainda que se ela não voltasse em três dias, Ninshubur deveria ir até os Deuses do Céu pedir ajuda.

Assim então inicia-se a descida de Inana para o Reino dos Mortos,  a parte crucial do mito.

Inana passando pelo portal para o Submundo


Inana inicia a descida para o Reino dos Mortos, mas Ereshkigal, tendo ouvido que sua irmã estava a caminho do submundo, fica furiosa: "Quando gritei e implorei por ajuda, ninguém me ouviu! Agora ela vem me fazer uma visita? Como assim?" 

"Este é o Reino dos Mortos! Ninguém vem aqui a passeio."

Inana chega no primeiro portal e encontra um juiz, um guardião, que a impede de passar a menos que deixe sua coroa de Deusa. Ela aceita, entrega a Coroa e continua seu caminho.

No segundo portal, outro guardião pede que deixe seus brincos e seu colar. Caso contrário não poderá prosseguir. Ela os entrega e continua.

No terceiro portal, deixa seu colar de contas de orações.

No quarto portal ela entrega seu escudo peitoral de ouro.

No quinto, seus braceletes.

No sexto, seu cetro de lápiz lázuli, sua barra de medição.

No sétimo, todas as suas roupas. Ela chega diante de Ereshkigal nua e curvada.

Deusa Inana, também chamada de Ishtar, seu símbolo é a serpente e a estrela de oito pontas.

Inana encontra Ereshkigal furiosa e prestes a dar à luz. Ela diz à irmã: "Sacrifiquei tudo para chegar até aqui." Mas Ereshkigal responde: "Não entendeu que você é o sacrifício?" E lança sobre a irmã o olhar da morte. Inana morre, e Ereshkigal manda que pendurem-na pelos pés em uma árvore, para que apodreça.

Três dias se passam e como a Deusa não retornou, Ninshubur vai aos Deuses dos Céus pedir ajuda. Eles a ignoram. Ela fica desesperada e vai até Enki, o Deus das águas doces e suplica por ajuda. Ele se compadece, e com o barro que estava debaixo de suas unhas cria duas criaturinhas minúsculas, sopra-lhes a vida e lhes entrega o pão e a água da vida.

Deusa Ereshkigal

Essas criaturas são tão pequeninas que passam despercebidas pelos guardiões dos portais e chegam rapidamente ao submundo, encontrando Ereshkigal em dores de parto, gritando e lamentando. Eles ficam ao seu lado pacientemente, apenas ecoando seus lamentos.

Ela grita: "Ai minha dor!"....e eles ecoam: "Ai, sua dor!"...

"Ai, meu destino...." e eles: "Ai, seu destino"....

E assim ela pode lamentar-se, sofrer e gritar diante desses seres que a acolhem sem qualquer julgamento, sem necessidade de dar uma resposta. Ao final do trabalho de parto, ela dá à luz uma linda menina, uma Deusa chamada Lilith (depois o monoteísmo deturpou totalmente a história de Lilith).

Deusa Lilith

Ela fica tão agradecida a esses seres, que oferece a eles o que quiserem. Eles dizem que querem apenas o corpo de Inana e ela concorda.

Eles retiram o corpo de Inana da árvore e colocam o pão e a água da vida em sua boca. Ela volta a viver! 

Eles iniciarão a jornada de volta à superfície, mas antes Ereshkigal os avisa de que alguém deve tomar o lugar de Inana, pois a quantidade de almas no reino dos mortos não pode mudar. Ela envia um grupo de soldados com Inana para garantir que trarão um substituto.

E agora? 

Ao voltar, a primeira pessoa que ela encontra é Ninshubur, sua fiel sacerdotiza, que lutou para salvá-la. Os soldados querem levá-la, mas Inana os impede. Não pode enviá-la ao submundo, tem um débito de gratidão com ela.

Seguem para seu castelo e ao chegar, ao invés de encontrar luto por sua morte,  há uma festa. Dumuzi sentado em seu trono cercado de belas dançarinas. Que traição! Ela manda que os soldados o levem para o submundo.

A irmã de Dumuzi, Geshtinana (a Deusa do Vinho) fica transtornada com o destino do irmão e pede à Deusa que possa revezar com ele no submundo. Ela concorda. Cada um deles passa metade do ano na superfície e outra metade no mundo dos mortos.

Quando corre a notícia do retorno de Inana, acontecem celebrações em todos os templos para Aquela que por amor aos seres humanos, escolheu viver na terra e quis conhecer o destino dos homens, desceu à Mansão dos Mortos e ressuscitou no terceiro dia (essa frase do poema original foi depois copiada pelo cristianismo como parte da oração do Credo).

Ela recebeu o título de Redentora da Humanidade. Pois trouxe um sentido para a morte no ciclo da vida e mostrou que o amor nos conecta com a eternidade e de forma simbólica nos possibilita transcender a finitude.

Ficou durante quarenta dias na terra orientando seus devotos e depois ascendeu aos Céus, mas estava sempre atenta aos seres humanos e suas súplicas.

Ereshkigal estava presa no Submundo, mas encontrou uma redenção através de sua filha Lilith, que era livre para transitar entre os mundos e visitar o Reino dos Deuses. Como Lilith era belíssima e amorosa, era cortejada por todos. Acabou casando-se com Enki, o Deus das águas doces, e teve duas filhas. Duas Deusas muito belas, corajosas e fortes, cada uma delas casou-se com um filho de Eva* e deram origem aos Sumérios e à linhagem dos Reis da Suméria.

*A lenda de Adão e Eva teve origem com os Sumérios. Para eles, Eva foi feita de barro pelo Deus dos Céus e colocada no ventre da Deusa da Terra para que ganhasse vida. Eles quiseram dar-lhe um companheiro, então depois Adão foi criado da mesma forma. Eles eram humanos, feitos do barro, mas filhos dos Deuses. Na história original, Eva foi criada primeiro! Só depois de muitos séculos outros povos inventaram a história da tal costela de Adão...

Dessa forma, os Sumérios acreditavam ter origem divina através do casamento das netas de Ereshkigal (filhas de Lilith)  com os filhos de Eva, consideradas suas ancestrais. Em seus templos, eles cultuavam Lilith, como Deusa da Beleza e do Amor e também Inana por seu Cuidado, Proteção e Fertilidade.

Depois de milênios, surgiram as religiões monoteístas que combatiam o culto à essas Deusas e criaram outras histórias sobre elas para denegrir sua imagem. 

Lindo esse mito, não é? 
Tem muitos significados simbólicos e psicológicos importantes para nosso desenvolvimento.
Você consegue decifrar algum? 


Eros e Psique
A Mais Bela História de Amor da Antiga Grécia
Primeira Parte


Esta é uma história de encantamento. Traz vida longa e boa sorte a todos que a escutam ou leem.

Há muitos e muitos séculos, havia um Rei que tinha 3 lindas filhas. Mas a caçula, chamada Psique (Alma, em grego), era de longe a mais bela. Tão bela, que as pessoas vinham de longe apenas para admira-la. Diziam que era a própria encarnação de Afrodite, a Deusa da Beleza.

Os anos passaram, as meninas cresceram, as duas irmãs mais velhas encontraram ótimos pretendentes e se casaram. E Psique, que era deslumbrante, continuava solteira. Porque os príncipes ao vê-la, ficavam em um estado de deslumbramento tal, que queriam apenas adorá-la como se fosse uma Deusa.

Essa intensa peregrinação ao palácio onde Psique morava, chegou aos ouvidos dos Deuses, ou mais precisamente, da Deusa Afrodite, que se sentiu ultrajada: "Como assim? Ousam adorar uma mortal como se fosse eu?"

Afrodite então chamou seu filho Eros (o Deus do Amor) e pediu que alvejasse Psique com uma de suas flechas, para que ela se apaixonasse por um monstro. Assim estaria vingada.

Eros foi até o palácio, preparou seu arco, mas quando avistou Psique ficou pasmo por tanta beleza e acidentalmente furou seu dedo com uma das flechas. O resultado....perdidamente apaixonado por ela!

Voltou para casa e relatou o acontecido para sua mãe, que nem preciso dizer, ficou mais possessa ainda! Ela enviou uma terrível praga ao reino de Psique como vingança.

O Rei, pai da princesa, vendo a calamidade em seu reino foi ao templo consultar o Oráculo, para saber a causa desse sofrimento. O Oráculo relatou que o motivo era a ira de Afrodite que se sentia ultrajada pela beleza de Psique. A única saída seria sacrificá-la ao monstro que vivia no abismo nos limites do reino.

O Rei entrou em desespero, chorou, clamou, mas o Oráculo foi implacável: Sacrificar a princesa ou todos morrerão.

Depois de muitas lágrimas, formou-se um cortejo para acompanhar a princesa até o abismo, onde realizaria sua núpcias de morte. Ela foi deixada sozinha, à noite, à beira do abismo. 

Quando esperava pelo pior, um vento suave a ergueu e a carregou até um lindo castelo. Seres invisíveis serviram boa comida, bebida e tocaram música. Em seu quarto havia um banho quente e lençóis macios, ela adormeceu.

De madrugada, o noivo chegou. Ela ficou com medo, mas uma voz suave a tranquilizou e as carícias despertaram seu desejo. Uma noite de deleite se seguiu, mas antes do amanhecer o noivo foi embora.

Passava os dias acompanhada por seres invisíveis que a atendiam, mas ansiava pela noite...pelos prazeres que a visita de seu marido proporcionava. No entanto, ele sempre ia embora antes do amanhecer e ela nunca vira seu rosto.

Apesar disso, estava apaixonada e feliz. 

Com o tempo, a saudade da família apertou, queria dizer a eles que estava viva e bem. Tomou coragem e falou desse desejo ao marido. Ele acolheu sua vontade, com a condição de que ela, em hipótese alguma poderia ver seu rosto.

No dia seguinte, Zéfiro (o Deus dos Ventos) trouxe suas irmãs para visitá-la em seu maravilhoso castelo. Elas se abraçaram e se emocionaram...Psique lhes contou sobre sua vida ali, sobre como estava apaixonada por seu marido e era feliz. 

As irmãs ficaram intrigadas com o fato dela não poder ver o rosto do marido: E se você estiver dormindo com um ser monstruoso? Você precisa saber com quem está vivendo! 

Psique dizia às irmãs que ele era muito gentil, realizava todas as suas vontades, mas elas insistiam que deveria encontrar uma maneira de vê-lo. Logo elas foram embora, mas a semente da dúvida já estava brotando em Psique. 

Nesse ínterim, começou a desconfiar que talvez estivesse grávida. E se ele for realmente um monstro? E se eu der à luz um ser horrível? 

O que fazer?

Se você fosse a princesa, o que faria?

Eros e Psique - Segunda Parte


A angústia de Psique crescia...até que numa noite, enquanto seu marido dormia, ela tomou coragem e acendeu uma lamparina.

Aproximou-se do leito e eis que Oh!....Quem dormia era Eros o próprio Deus do Amor! 

Psique ficou chocada com a descoberta, tremeu. Uma gota de óleo quente caiu no ombro de Eros.  Ele acordou com um grito de dor e ao perceber o que acontecera, saiu voando para nunca mais voltar.

Outra uma vez sozinha, à noite, à beira do abismo...

Amanheceu e Psique saiu do castelo, vagando em desespero por ter perdido seu amor. Seu primeiro impulso foi desejar a morte. 

Atirou-se no rio. 

Mas ele a devolveu gentilmente à margem e lhe disse que se a esposa de Eros morresse ali, ainda mais estando grávida, seria amaldiçoado pelos Deuses.

A aflição da princesa só aumentava, foi se embrenhando na floresta, quem sabe lá encontraria seu fim?

Mas lá encontrou foi o Deus Pã tocando sua flauta...

Ao descobrir a causa do desespero de Psique e seu desejo de morrer, deu uma grande gargalhada e disse: O que é isso menina? Lute pelo seu amor! Vá até o palácio de Hera (a Deusa do casamento) e conte-lhe tudo, ela saberá o que fazer.

Um lampejo de esperança surgiu. Ouvindo a história, Hera compadeceu-se da menina e foi fazer uma visitinha à Afrodite...

Com a insistência da Grande Mãe do Olimpo, Afrodite concordou em receber Psique. Mas não teve a menor compaixão. 

E também não revelou que Eros estava lá. Ele havia procurado a mãe para cuidar de sua ferida e ela o encarcerou no castelo, para que não voltasse à sua esposa.

Disse que se a princesa quisesse rever Eros, precisaria cumprir quatro árduas tarefas (que ela sabia serem impossíveis para qualquer mortal...).

Reunindo toda coragem que ainda restava, Psique aceitou. 


Afrodite então levou-a a um salão repleto de grãos e sementes variadas. Todas misturadas. A primeira tarefa seria separar as sementes até o amanhecer.

Olhou ao redor e começou a chorar...estou perdida...

Mas as formigas que andavam por lá ouviram seu choro e disseram à princesa que descansasse. Num instante, milhares de formigas se reuniram e trabalharam diligentemente a noite toda. 

Psique estava esgotada e adormeceu. Despertou com Afrodite abrindo a porta do salão e dando um grito de espanto.

Pilhas e pilhas de sementes cuidadosamente separadas por tipo e tamanho! Nenhum mortal conseguiria isso!

Passou a segunda tarefa à princesa, pensando: "Desta vez ela não vai conseguir..."

Você deverá trazer para mim a lã de ouro dos Carneiros de Fogo que vivem à beira do rio.


Estes carneiros eram gigantes e ferozes, poderiam facilmente matá-la.  Ela os avistou e escondeu-se entre os caniços do rio, tremendo de medo...

Os caniços tiveram pena da jovem e sussurraram ao seu ouvido: "Espere...ao meio dia eles dormem...você poderá pegar os tufos dourados presos nos arbustos..."

Ela ficou quietinha esperando a hora mais quente do dia e quando adormeceram, com todo cuidado pegou alguns tufos de lã e levou para a Deusa.

Ah...mas Afrodite exigiu algo ainda mais difícil. Trazer um jarro das  águas da nascente do rio Estige. 

As pedras escorregadias na beira de um despenhadeiro e os dragões que vivem ali se encarregariam de matar a princesa.

Psique viu a altura das pedras. Seu ventre redondo com o crescimento do bebê tornava a escalada impossível.

E agora?

Eros e Psique - O Gran Finale!


Parecia que era o final da jornada para Psique...

Mas Zeus, o grande Rei do Olimpo e marido de Hera, já andava meio impaciente com os caprichos de Afrodite e achou que desta vez ela tinha passados dos limites com a pobre princesa.

Então, quando Psique se deparou com o despenhadeiro, surgiu a águia de Zeus; que tirou o jarro de suas mãos e voando muito alto conseguiu pegar um pouco da água do rio  Estige.

Mas Afrodite não se daria por vencida, reservou sua principal armadilha para o final...

Agora, Psique teria que ir até o Reino de Hades (o mundo dos mortos) e trazer um pouco da beleza da Rainha Perséfone. Quem vai até lá não volta, agora se livraria da jovem.

Psique também  não iria desistir...

Quando chegou no início da trilha para o Hades, uma grande torre de pedra a chamou e lhe deu instruções detalhadas para poder ir e voltar viva!

Primeiro deveria ter duas moedas de prata para o barqueiro Caronte, que fazia a travessia do rio das almas.  Uma para pagar a ida e outra para a volta.

Durante a travessia, não poderia estender a mão para ajudar a ninguém, pois não a soltariam e ficaria presa no rio.

Precisava ter um bom petisco para distrair Cérbero, o cão de três cabeças que guarda a porta do Hades. E enquanto estivesse no palácio de Perséfone, não poderia comer nada, senão ficaria lá para sempre.

Ela seguiu direitinho as instruções e conseguiu da Rainha uma caixinha com seu sono de beleza.

Enquanto isso, Zeus foi pessoalmente ao palácio de Afrodite exigir que ela soltasse Eros (que estava preso, lembram?) e parasse de vez com essa vingança sem sentido. 

Além disso, Zeus achava ótimo que Eros se casasse mesmo, porque assim pararia de causar tantas confusões amorosas entre os Deuses.

Psique já estava quase chegando ao palácio de Afrodite, mas achou que depois dessa longa jornada precisava se recompor um pouco para poder reencontrar seu marido. Pegar só um pouquinho dessa beleza não faria mal...

Mas quando abriu a caixinha, caiu num sono de morte! Ela não sabia que o sono de beleza das Deusas era demais para uma mortal.

Eros, assim que conseguiu se libertar, saiu voando veloz à procura da esposa. Ele a encontrou a tempo de despertá-la antes que a morte a levasse.

Zeus veio ao encontro do casal e os abençoou dizendo que poderiam morar no Olimpo.  Deu a Psique um pouco de ambrosia e ela se transformou numa Deusa.

Logo que chegaram ao Olimpo, ela deu à luz a trigêmeos! 

A primeira filha, Volúpia, a Deusa da Virtude e da Alegria de Viver.

O segundo filho, o Deus do Prazer. 

O caçula, Eros Segundo, um menino travesso que iria causar muitas confusões amorosas ainda...

E viveram felizes para sempre!

Que história linda, não é? Que mensagens ela traz para nós?

Sabe Viver com Volúpia?
Bailarina Representando a Deusa Volúpia - Pinterest

Volúpia era uma Deusa Grega, filha de Psiquê e Eros. Ela nasceu após Psiquê ter cumprido quatro árduas tarefas impostas por Vênus para recuperar seu amado. 

Chamá-la de Deusa do Prazer é muito redutivo. É bem mais do que isso.  Volúpia se refere a toda a vida que chega pelos órgãos dos sentidos. Conta o mito que "No devido tempo, Psiquê deu à luz Volúpia."

Preste atenção no detalhe: No devido tempo.

Vivemos uma era de excessos: excesso de consumo, de adrenalina, de estímulos, de informações...e por trás disso um imenso vazio... há o  excesso de vivências mas não nos damos o tempo para que se  transformem em experiência. Falta Volúpia, e ela só aparece "no devido tempo".

Nesta era de velocidade, onde o valor está no fazer, ter, produzir, quem consegue parar e apreciar a volúpia de uma fruta suculenta, de uma brisa refrescante, do esplendor do nascer do sol, do aroma de uma flor, do corpo do ser amado, do canto de um pássaro?

Em nossa cultura não há espaço nem tempo para volúpia. E sem ela, a vida fica muito sem graça.

Pare  um pouco, faça menos e seja mais. Pelo bem da volúpia...e da sua alegria de viver.

Para conhecer a Lenda de Eros e Psique - a Mais Bela História de Amor da Grécia antiga - clique aqui.


Como seria se você carregasse profundamente, lá dentro, 
uma imagem do divino como a Grande Mãe?

Como seria, se quando as coisas parecessem muito difíceis, 
você se imaginasse sentada no colo da Deusa, 
envolvida num abraço?

E pudesse ouvi-la dizendo no seu ouvido: 
"Eu te amo..."
"Eu te amo e preciso que você traga à tona o seu Ser."

Como seria se você pudesse ver a Grande Mãe olhando com carinho para nós, suas filhas, esperando que cada uma revele 
em sua própria vida a beleza, força e sabedoria da Deusa? 

Como sua vida teria sido diferente? 

Judith Duerk
Circle of Stones

No início dos encontros do Grupo Mito e Psique, costumamos fazer um relaxamento e centramento seguidos de uma reflexão. 

No encontro deste mês, estudando o mito grego de Deméter: a Grande Mãe, esta foi a reflexão escolhida. 

Ao final da vivência compartilhamos nossas percepções e sentimentos. Foi uma experiência bela e poética de conexão com nossa essência.

Que estas questões te ajudem a se conectar com este inefável mistério.


O Que Há de melhor da Vida? 


Certa vez, lá no alto do Monte Olimpo, a morada dos Deuses da Grécia antiga, Zeus estava mergulhado numa profunda reflexão sobre a  humanidade. Ele queria saber o que havia de melhor na vida dos seres humanos. 

Deuses, Deusas, Ninfas, Faunos e Musas se reuniram a ele. Ele então chamou o Deus Eros:

 - Por favor, seja nosso juiz, o que há de melhor nesta vida? 

 - Acredito que seja o Amor!

Mas Afrodite, interrompeu e disse, enquanto alisava suas longas tranças: - Ah, não! O melhor desta vida é a beleza, a graça.

Muitos outros Deuses e Deusas vieram dar sua opinião, Zeus ouviu a todos e não conseguiram chegar a uma conclusão. Então decidiu chamar Hades e sua esposa Perséfone, os guardiões do mundo dos mortos, para virem ao Olimpo. 

Hades é um Deus tímido e muito zeloso, não queria se ausentar e deixar as almas sem direção no caminho para a outra vida. Então pediu que sua esposa Perséfone fosse sem ele, afinal ela era conhecida por ser muito sábia. 

Ela chegou ao Olimpo com suas vestes tecidas com as noites profundas, bordadas com pérolas e rubis: - O que queres de mim?

Zeus disse: - Querida Perséfone, você é a Deusa que vê a dissolução do que existe e acompanha os mortos, por favor, seja nossa juíza e nos diga: qual a melhor coisa da vida?

Perséfone olhou todos os Deuses e Deusas e pediu que passassem diante dela um a um. 

O Deus do Amor veio primeiro e deixou cair de sua túnica milhares de rosas perfumadas que cobriram a terra. Em seguida veio Athena, a Deusa da Sabedoria, que esmagou as rosas e no lugar delas deixou cair milhares de camélias brancas. Depois Afrodite passou semeando papoulas vermelhas. Um depois do outro, os Deuses e Deusas passavam esmagando as flores que ali se encontravam e semeando outras. 


No final, não restava nada, exceto uma florzinha roxa que teimava em florescer e permanecia intacta. Uma Deusa de manto lilás, plena de serenidade as havia semeado no meio do caminho dos outros Deuses. 

Perto desta singela flor, a Deusa da Morte sentiu sua impotência diante da grandeza e da força da criação. 

Ela então disse: 

- Estas flores foram semeadas pela Deusa da Recordação e são as únicas que permaneceram. A Morte só existe onde não há memória. A melhor coisa da vida são as boas lembranças. 

E por isso estas flores foram batizadas com o nome de Perpétua. Os Deuses desejaram que os seres humanos tivessem uma coleção de boas lembranças tão bela e resistente quanto um campo destas flores.


Linda história, não é?

Sabia que esta flor tem uso medicinal há séculos? É anti-inflamatória, analgésica, anti microbiana e anti oxidante, retardando o envelhecimento das células. Usada principalmente na forma de chá. 

Diz a lenda que Perséfone deu a esta florzinha as propriedades medicinais de todas as outras flores...


Maria Madalena - A Mulher do Vaso de Alabastro
Arte: Shiloh Sophia McLoud

Quando o Sol e a Terra se alinhavam com Sírius, a estrela mais brilhante do céu, as sacerdotisas da Irmandade de Ísis realizavam a cerimônia de selamento dos pequenos vasos de alabastro, que continham perfumes e essências alquímicas sagradas e mágicas, produzidas ao longo de muito tempo de dedicação.

O selamento era feito de forma que uma vez quebrado o selo, não poderia mais ser fechado. Portanto, cada sacerdotisa guardava seu precioso frasco para usar em uma ocasião realmente especial ou para uma cura espiritual.

Entre elas estava uma que recebeu o nome de Maria de Magdala.

Maria é um dos títulos honoríficos da Deusa de Ísis. Muitas mulheres recebiam o nome de Maria para honrar a Grande Mãe.

Magdala não é apenas o nome de uma cidade. MAG significa Magia e DALA (relacionado à letra Dalet do alfabeto hebraico significa Porta/Portal e também Torre).

Portanto ela era a Guardiã do Portal da Magia da Grande Deusa. 
Esse Portal é simbolizado pelo ventre feminino e pela sexualidade sagrada.

Na Santa Ceia, ela quebrou o frasco e usou o precioso e raro perfume para untar os pés de Jesus, secando-os com seus cabelos. Esse gesto era um ritual de honra pagão, algo que só era oferecido a reis e Jesus aceitou com amor apesar das críticas de seus discípulos. 

Ela se tornou a principal discípula e herdeira dos ensinamentos do Mestre Jesus, a Guardiã do Santo Graal. Ao longo dos séculos muitos tentaram silenciá-la ou difamá-la. Apesar disso, a energia sagrada do feminino que ela representa persiste e retorna ao mundo. Ela foi canonizada, reconhecida como Santa.

Em 22 de Julho, quando o Sol e a Terra se alinham com Sírius, a estrela mais brilhante do céu,  acontece a transição do signo de Câncer (lunar) para o signo de Leão (solar), a abertura do Portal energético onde se reúnem as energias do feminino e masculino.

Da numerologia, sabemos que 22 é um número perfeito pois é múltiplo de 11 (o número da iluminação espiritual). Duas vezes 11, duas almas iluminadas unidas (Jesus e Maria de Magdala).

Também nesta época temos o Festival Judaico Tu Beav, o dia das almas gêmeas ou o dia do amor segundo a Kabbalah, em 2021 ocorre entre os dias 23 e 24 de julho. É uma data móvel no calendário solar ocidental, pois acontece sempre no dia 15 do mês Av, do calendário judaico que é lunar. Mas sempre próximo desta data.

Não foi por acaso que este dia foi escolhido para a Festa de Santa Maria Madalena! Sempre retratada na arte sacra como a mulher do vaso de alabastro... 

Há muitos portais energéticos neste período até o início de agosto, quando acontecem os festivais da Roda do Ano nas culturas ancestrais. 

Vamos celebrar e honrar esta energia maravilhosa, delicada e poderosa ao mesmo tempo, e seguir o caminho do cuidado amoroso com a existência.

Linda história, não é? 


2 comentários:

  1. Lindas lendas que nos faz refletir sobre as relações humana.

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  2. Lindas lendas que nos faz refletir sobre as relações humana.

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