Tela de autoria de Eliana Atihe
Chegamos ao Capítulo 12, o ponto culminante de todo o livro!
Ganhamos este lindo presente da querida amiga Eliana Atihe: a tela ilustrativa da história que você pode ver logo acima.
Foram quatro horas de trabalho intenso, e seria impossível resumir aqui tudo o que discutimos e experimentamos nas vivências, mas vou tentar dar umas dicas.
Baseado no folclore japonês do século VI, é um Conto de Revelação, que permite um grande salto na consciência. Se você não tem o livro, pode ler o conto aqui.
Do ponto de vista simbólico, todos os personagens são aspectos da personalidade de uma única pessoa, portanto o conto nos ensina as etapas que devemos percorrer para cuidar dos aspectos feridos de nossa alma.
1 - encontrar uma força calma e restauradora dentro de si mesma através do silêncio, do aquietamento, do contato com a natureza ou do contato com alguma pessoa sábia. No conto, esta força é representada pela curandeira.
2 - acolher e amar seus aspectos feridos, o que se traduz em coragem para aceitar o desafio necessário para a cura. No conto, isto é representado pelo amor da mulher ao seu marido ferido na guerra, e a coragem para subir a montanha e encarar o urso.
3 - reconhecer as ilusões, agradecer e deixá-las ir. Perceber quais crenças limitadoras nos acompanharam até aqui e permitir a abertura para uma compreensão mais profunda sobre nós mesmas. No conto, isto é representado pela reverência que a mulher fazia a tudo, e as árvores afastavam seus galhos para que ela passasse.
4 - dar descanso aos nossos mortos: velhos sentimentos, arrependimentos, possibilidades não vividas…é preciso fazer o luto do que não pudemos realizar e permitirmos o desapegar, para que a vida continue e algo novo possa surgir, e isto exige tempo. É representado no conto pelos fantasmas dos mortos que não tinham família para sepultá-los, e o gesto da mulher que pára no caminho para orar e dar descanso a cada uma dessas almas, mesmo que atrasasse um pouco sua jornada.
5 - agradar ao grande Self e o reconhecimento do lado selvagem da psique. No conto, isto é representado pelo cuidado e pela estratégia na aproximação ao Urso. Lembrando que o Self tem o polo abstrato (mental) e o polo instintivo (físico - representado pelo Urso), e ambos precisam ser honrados.
6 - trazer todo este conhecimento para a vida real. Simbolizado pela curandeira que queima o pelo branco do urso e manda a mulher repetir com o marido tudo o que tinha aprendido nessa jornada.
Todas as vivências foram realizadas com base em práticas de cura ancestrais, fizemos um aquecimento para liberar as tensões e a raiva contida, harmonização com a respiração da árvore e depois passamos para o movimento autêntico.
Você pode ler o lindo poema coletivo que surgiu à partir da vivência aqui.
Terminamos com uma vivência para a criação de um talismã para cada uma.
Lembrando o sentido original dessa palavra: talismã é um objeto que nos lembra de um aprendizado de valor inestimável, que nos lembra da nossa própria conexão com a totalidade.
Mas afinal, onde entram os limites da raiva e do perdão? Você vai ver na segunda parte!
Oi Chris,
ResponderExcluirLi cuidadosamente cada parágrafo. É interessante como mesmo não participando das vivências é possível tirar boas reflexões do texto e fiquei tão presa que não questionei sobre os limites da raiva e do perdão. Aguardo a segunda parte.
bjs
Ao acompanhar as vivências fico lamentando a geografia particular, o conforto vem dos excelentes textos que vc nos brinda e assim nos aproxima um pouquinho desta intensidade acolhedora.
ResponderExcluirGrata, Luminosa,
Calu
Cada item, muito especial, é uma reflexão. Com todos eu me identifiquei.
ResponderExcluirMais uma vez, muito agradecida Cris.