Sabe Viver Com Volúpia?

Bailarina Representando a Deusa Volúpia - Pinterest

Volúpia era uma Deusa Grega, filha de Psiquê e Eros. Ela nasceu após Psiquê ter cumprido quatro árduas tarefas impostas por Vênus para recuperar seu amado. 

Chamá-la de Deusa do Prazer é muito redutivo. É bem mais do que isso.  Volúpia se refere a toda a vida que chega pelos órgãos dos sentidos. Conta o mito que "No devido tempo, Psiquê deu à luz Volúpia."

Preste atenção no detalhe: No devido tempo.

Vivemos uma era de excessos: excesso de consumo, de adrenalina, de estímulos, de informações...e por trás disso um imenso vazio... há o  excesso de vivências mas não nos damos o tempo para que se  transformem em experiência. Falta Volúpia, e ela só aparece "no devido tempo".

Nesta era de velocidade, onde o valor está no fazer, ter, produzir, quem consegue parar e apreciar a volúpia de uma fruta suculenta, de uma brisa refrescante, do esplendor do nascer do sol, do aroma de uma flor, do corpo do ser amado, do canto de um pássaro?

Em nossa cultura não há espaço nem tempo para volúpia. E sem ela, a vida fica muito sem graça.

Pare  um pouco, faça menos e seja mais. Pelo bem da volúpia...e da sua alegria de viver.

Para conhecer a Lenda de Eros e Psique - a Mais Bela História de Amor da Grécia antiga - clique aqui.




Filme - The Mask You Live In

The Mask You Live In

Demorei para ver este documentário, mas depois pensei: por que não vi antes? O título em português seria algo como "A Máscara com que você vive".
O movimento feminista vem ganhando impulso e fala-se muito de como o machismo e o sistema patriarcal oprimem as mulheres, mas alguém já parou para pensar que quem educa os meninos somos nós?
Este filme fala da dificuldade que os meninos enfrentam em nossa sociedade, que criou  um estereótipo de masculinidade. 
Eles crescem ouvindo que falar de seus sentimentos ou buscar a cooperação ao invés da competição,  "não são coisas de homem". Que para ser homem devem focar na força física, sucesso financeiro e desempenho sexual. 
Quando não se enquadram neste modelo, a enorme pressão social e o bullying que sofrem podem tornar-se insuportáveis. Talvez isso explique o aumento da taxa de suicídio entre meninos, que pode chegar a ser 7 vezes maior do que entre as meninas, dependendo da faixa etária. 
Além de informações importantes sobre as diferenças entre o comportamento masculino natural e o imposto, são apresentadas várias iniciativas em escolas e ONGs para mostrar aos meninos e rapazes uma outra maneira de ver a vida, grupos onde podem expressar seus sentimentos sem julgamento, onde podem ser acolhidos, e a diferença que isso faz em seu desenvolvimento.
Na sociedade patriarcal tanto o feminino quanto o masculino são feridos, é preciso cuidar e valorizar os dois. 
Um tema importantíssimo e atual. Vamos refletir sobre como estamos agindo com os meninos...
Recomendo a todas e especialmente às professoras, às mães de meninos e terapeutas!

Tem no Youtube e Netflix.




O Que Estou Excluindo? - Histórias que Curam


Depois de muito tempo de meditação não queria mais respostas pequenas; queria a grande resposta. Então pedi ao mestre que me levasse diretamente à Casa de Deus.

Sentei-me, disposto a esperar pela grande resposta. Fiquei em silêncio o dia todo e boa parte da noite. Eu o olhei nos olhos porque Ele estava me olhando nos olhos.

Tarde da noite, achei que tinha ouvido uma voz: "O que você está excluindo?"

Seria minha imaginação? A voz parecia estar em toda parte, sussurrando, rugindo: "O que você está excluindo?"

Estaria enlouquecendo? Levante-me e corri para a porta. Precisava do conforto de um rosto humano ou de uma voz humana. Lá perto havia um corredor onde viviam alguns monges. Bati em uma das celas:

"O que você quer?" perguntou uma voz sonolenta.
"O que estou excluindo?"
"A mim."
Bati na outra porta.
"O que você quer?"
"O que estou excluindo?"
"A mim."
Bati na terceira porta, na quarta, tudo a mesma coisa.
Pensei: Eles só pensam em si mesmos...Saí do prédio desgostoso. 

O Sol estava nascendo. Eu nunca havia falado com o Sol, mas perguntei: "O que estou excluindo?"

"A mim." Foi o que o Sol respondeu. Isso liquidou-me.

Joguei-me no chão. A Terra disse: "E a mim também."

Frei Theophane
monge trapista

Esta é uma das histórias que utilizamos para ilustrar os conceitos básicos da alquimia no Grupo Aion.

Não há felicidade possível se não reconhecermos a unidade de todas as coisas, inclusive dentro de nós...

O que você está excluindo?



As Coisas que Você Mais Ama...


Imagem enviada pela querida Loba Melissa, da nova turma do Curso Correndo com Lobos.


À medida que lia o início da pergunta vieram várias coisas em minha mente, 
mas quando cheguei no final...

E você, quanto tempo demoraria para responder?




Ingênua ou Inocente? Qual a Diferença?

arte: Ale Passarim

O post anterior despertou a curiosidade de muitas mulheres que não conseguiram diferenciar uma da outra. E então?  

Bom, vamos desfazer esse nó...

Ingenuidade vem do latim "ingenuitas", que significa não saber, não conhecer.

Esta é uma característica da criança, que precisa aprender sobre o mundo e necessita de um adulto que a ampare e proteja, que a oriente. Ela desconhece o mal e se não for cuidada pode correr riscos ao ficar exposta a perigos no ambiente e à maldade alheia.

Inocência vem do latim "non nocere", que significa, não lesar, não fazer mal. Ela é uma qualidade do adulto e das pessoas sábias. Significa que a pessoa aprendeu sobre o bem e o mal, conheceu a alegria e a tristeza, experimentou o mundo e conscientemente escolhe o bem, conscientemente escolhe o amor. A inocência envolve sempre uma escolha consciente.

Veja a diferença: na ingenuidade estamos à mercê do ambiente e dos outros, presas à reatividade; na inocência somos livres para fazer escolhas conscientes.

Nossa sociedade valoriza a ingenuidade como se fosse uma virtude. Ouço tantas mulheres dizendo: Sou ingênua, sou do bem, e os outros é que me fazem mal...

Querer manter-se ingênua é recusar-se a ser uma mulher adulta.

Algumas justificam-se: Ah...mas eu não quero perder o olhar ingênuo da criança para o mundo...Não quero perder o encantamento pela vida...

Como se ao deixar de lado a ingenuidade, a vida deixasse de ter graça. Mas é justamente o contrário!

Na inocência, o encantamento é ainda maior, porque compreendemos a efemeridade da vida e valorizamos cada momento, cada gesto de carinho, cada experiência de beleza.

Mas sabemos nos proteger, não nos expomos a situações ou relacionamentos que nos façam mal, percebemos melhor a natureza humana e agimos com sabedoria.

Não se trata de negar nossa criança, nosso lado lúdico, mas de andar de mãos dadas com a velha sábia. Caminhando alegremente pela vida: a sabedoria e doçura da velha com a vitalidade e frescor da criança.

Este é o nosso caminho.

A querida amiga Marisa Giglio deu uma definição maravilhosa para estas duas características na vida adulta: 

"A inocência traz a luz e a ingenuidade a escuridão."

E agora, ingênua ou  inocente?