"Aos 44 anos de praia, filhas criadas, certeza cada vez mais firme sobre o que eu quero e o que eu não quero fazer na vida, eis que descubro, AGORA, que tenho medo de ser feliz. COMO ASSIM? Tenho.
Justo eu, que persegui a felicidade, analisando as alternativas, possibilidades, fazendo escolhas cuidadosas, refazendo planos...
Mas justamente quando sinto o gosto daquela felicidade que procuro tanto, vem junto um sabor estranho. Um ruído que diz: será? Será que é pra valer? Será que vai durar? Os outros estão felizes também? Quem te faz feliz sabe que faz? Será que você o faz feliz também?
Cacilda, que barulho chato! Não sei se é seqüela da depressão, se é por ser mais calejada e realista ou por ter ficado meio boboca mesmo. Porque é tudo verdade: o momento bom vai passar e pode-se sofrer muito ao perder algo que já nos fez muito bem.
E desde quando o certo é não ser feliz agora? Não saboreio um chocolate sabendo que ele vai acabar e amanhã vou querer outro? Água quente é uma delícia e eu, embaixo do chuveiro não penso "putz, como é bom!"? Dá preguiça de sair, mas a sensação boa prevalece e permanece.
Medo, bem o sabem as pessoas corajosas, não é algo que a gente não experimenta. É algo que a gente não deixa nos dominar.
Então dona Sonia, vê se mergulha na felicidade como na água boa da piscina no fim da tarde, curte a sensação de não ter peso; nada ou flutua, mergulha de pé ou de cabeça conforme a vontade e deixa para passar frio - ou não - do lado de fora.
Tenha respeito; não tenha medo da água."
Trechos da coluna de Soninha Francine
para ler na íntegra: Revista vida simples - Junho 2012
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