Correndo Com Lobos - O Barba Azul - Descobrindo o Predador Interno - Parte 1


Neste mês trabalhamos o Capítulo 2 - O Barba Azul, foi um encontro muito especial, com uma rica troca entre todas.

Este conto apresenta os aspectos sombrios que nos habitam, que obstruem a vida criativa, bem como a importância de identificá-los e saber lidar com eles, para não nos tornarmos suas vítimas.

São aspectos que agem nos sabotando, nos prejudicando sem que nos demos conta.

Ao ler este conto, algumas mulheres se solidarizam com o Barba Azul e criticam a curiosidade da esposa: "ela tinha uma vida tão boa, podia usar qualquer chave, por que foi mexer com a chavinha proibida?"

Somos ensinadas desde muito cedo a sermos boazinhas, a ingenuidade é valorizada como qualidade, o que nos torna presas fáceis para esse aspecto negativo.

Manter-se ingênua (o que é bem diferente de ser inocente...), sem saber o que existia por trás daquela porta poderia ser confortável durante um tempo, mas teria um alto preço. Mais cedo ou mais tarde ela seria a próxima vítima, pois a lenda original do Barba Azul conta que assim que ele se cansava de uma esposa, ele a matava.
Ninguém é feito só de luz, todos temos também a sombra, aquilo que não é tão belo e elevado. Para vivermos de forma íntegra e buscarmos a completude precisamos cuidar da sombra também.

Quando não é identificado e devidamente cuidado,  esse aspecto destrutivo que todos os seres humanos possuem permanece inconsciente. Desta forma podemos encontrar pessoas em nossas vidas que têm as características ideais para receber a projeção do nosso próprio predador interno e nos vemos dentro de um relacionamento abusivo ou destrutivo.

Conforme disse Jung: "Aquilo que negamos em nós mesmos, enfrentamos como destino."

Esse treinamento básico para "sermos boazinhas" faz com que ignoremos nossa intuição, uma ferramenta fundamental para a vida.


O que significa usar essa chave e abrir a porta proibida? 

Significa fazer as perguntas certas, farejar o que está por trás das aparências e também manter-se curiosa sobre si mesma. Essas perguntas provocam a germinação da consciência, o que retira a força desse aspecto destrutivo e permite que a usemos de forma criativa.

E como podemos reconhecer esse aspecto dentro de nós mesmas? Veremos na segunda parte deste post (aqui).

E como lidar com ele? Na última parte (aqui).




7 comentários:

  1. Eu aqui deliciando novamente...
    barba azul esse dia no grupo 1 para mim foi tb inesquecível... agora reverbera com esse novo olhar...

    que venha o próximo post...

    enquanto isso: respiro.

    bjs, excelente semana, fica com Deus, Rosangela Almeida

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  2. Fiquei feliz por rever e ter outro olhar. Nos amplia a consciência e nos informa quantas mulheres no mesmo processo.

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  3. Oi Cris,
    Fui ler o conto do Barba Azul, pois eu tinha lido quando era criança. No meu tempo não tinha esta coisa de politicamente incorreto e o Lobo comia a Vovó,não era como hoje em que ninguém pode morrer nos contos infantis.
    Adorei a frase do Jung e vou procurar refletir a respeito.
    Bjs

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  4. Cris,
    Fui ler o conto. Intenso não? Eu acho que nunca conseguiria ficar do lado do Barba Azul. É uma questão de sobrevivência olhar para a sombra, penso eu. Bom post, vou aguardar o segundo.
    Um beijo.

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  5. Oi Dra. Cristiane!
    Comprei o livro entusiasmada!Cada capitulo que você descreve e interpreta é também para mim um novo olhar, outros significados!
    Obrigado por me ajudar reforçar meu eu feminino, o sagrado de mim!
    A flor lá do meu post é uma roseira branca, minha paixão. Brinco que é meu bonsai, pois é muito velinha.
    Beijo carinhoso! Felicidades!

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  6. Adorei demais este post, Doutora querida. Não conhecia o conto, sempre me perguntei o porque de um homem ser chamado de "Barba Azul"... Acho muito importante todas as tuas colocações e vou recomendar às minhas filhas que leiam. Beijos e tenha um excelente feriado!

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  7. Cristiane, boa tarde!
    Cheguei aqui pelo blog 'Mulheres 4 Estações' da Sônia. E gostei do que encontrei.
    Gostei do que disse sobre sermos boazinhas, sobre a ingenuidade, de pleno acordo.
    Agradecida pelas palavras, pela abordagem. Bem objetiva.
    Abraço.

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