E uma velha muito sábia,
Muito digna,
Que conhecia coisas humanas e divinas.
Nessa casa,
Cheia de quartos e quinas,
Viverá esta velha,
Arquivelha que sou eu.
Será uma casa silenciosa
Onde realizarei trabalhos simples
Como acender lampiões
no fim da tarde.
Será uma casa quase casulo,
Onde aceitarei as condições da existência,
Tecerei fios de seda
Em direção ao infinito.
Será uma casa resistente
Capaz de suportar blocos gigantes
Que desabem
Em avalanche
Sobre o teto.
Nessa casa
Serei cada vez mais antiga,
Prudente,
Erudita,
Fiel ao espírito que me agita
E ao qual cedi a palavra.
Nessa casa
Nada perturbará a alma de meus ancestrais,
A atmosfera de prece:
Vida que se cumpre
E desaparece.
Raquel Naveira
In: "Casa e Castelo". São Paulo: Escrituras, 2002. p.51,52.
Essa poesia me toca tão profundamente.
Sinto como se ela falasse de mim.
Para superar adversidades que enfrentei desde cedo,
precisei ser menina e velha ao mesmo tempo.
Na verdade, acho que nasci arquivelha e agora estou rejuvenescendo...
Linda, encantadora e cada um a pode sentir como tu sentiste...ADOREI!
ResponderExcluirbeijos, chica e lindo fds!
Nossa casa...nossa alma....
ResponderExcluirQue lindeza... arquimaravilhoso ♥️ (Ale Passarim)
ResponderExcluirOi Cris,
ResponderExcluirPosso morar nesta casa também?
Beijos
Pois sou a pessoa seguinte a ser tocada por esta poesia-reflexo que emana semelhanças e desejos em minh'alma.
ResponderExcluirEstou embebida na atmosfera dessa casa que já se concretiza minha. Falta pouco...
Maravilhosa escolha, Cris.
Bjosss,
Calu
Oi, Cristiane!
ResponderExcluirQue lindeza, não conhecia.
Saber viver na nossa casa interna nem sempre é fácil, mas devagar, com coragem e amorosidade vamos edificando o lar que nos abriga e onde conseguimos ficar em paz.
Um abraço e desejo que esteja bem.
Sônia