As Coisas que Você Mais Ama...


Imagem enviada pela querida Loba Melissa, da nova turma do Curso Correndo com Lobos.


À medida que lia o início da pergunta vieram várias coisas em minha mente, 
mas quando cheguei no final...

E você, quanto tempo demoraria para responder?




Ingênua ou Inocente? Qual a Diferença?

arte: Ale Passarim

O post anterior despertou a curiosidade de muitas mulheres que não conseguiram diferenciar uma da outra. E então?  

Bom, vamos desfazer esse nó...

Ingenuidade vem do latim "ingenuitas", que significa não saber, não conhecer.

Esta é uma característica da criança, que precisa aprender sobre o mundo e necessita de um adulto que a ampare e proteja, que a oriente. Ela desconhece o mal e se não for cuidada pode correr riscos ao ficar exposta a perigos no ambiente e à maldade alheia.

Inocência vem do latim "non nocere", que significa, não lesar, não fazer mal. Ela é uma qualidade do adulto e das pessoas sábias. Significa que a pessoa aprendeu sobre o bem e o mal, conheceu a alegria e a tristeza, experimentou o mundo e conscientemente escolhe o bem, conscientemente escolhe o amor. A inocência envolve sempre uma escolha consciente.

Veja a diferença: na ingenuidade estamos à mercê do ambiente e dos outros, presas à reatividade; na inocência somos livres para fazer escolhas conscientes.

Nossa sociedade valoriza a ingenuidade como se fosse uma virtude. Ouço tantas mulheres dizendo: Sou ingênua, sou do bem, e os outros é que me fazem mal...

Querer manter-se ingênua é recusar-se a ser uma mulher adulta.

Algumas justificam-se: Ah...mas eu não quero perder o olhar ingênuo da criança para o mundo...Não quero perder o encantamento pela vida...

Como se ao deixar de lado a ingenuidade, a vida deixasse de ter graça. Mas é justamente o contrário!

Na inocência, o encantamento é ainda maior, porque compreendemos a efemeridade da vida e valorizamos cada momento, cada gesto de carinho, cada experiência de beleza.

Mas sabemos nos proteger, não nos expomos a situações ou relacionamentos que nos façam mal, percebemos melhor a natureza humana e agimos com sabedoria.

Não se trata de negar nossa criança, nosso lado lúdico, mas de andar de mãos dadas com a velha sábia. Caminhando alegremente pela vida: a sabedoria e doçura da velha com a vitalidade e frescor da criança.

Este é o nosso caminho.

A querida amiga Marisa Giglio deu uma definição maravilhosa para estas duas características na vida adulta: 

"A inocência traz a luz e a ingenuidade a escuridão."

E agora, ingênua ou  inocente?







Respeitar a Inocência das Coisas


"Muitas vezes somos nós que não deixamos a vida ser simples. Por que precisamos espremê-la, mordê-la e arremessá-la  contra o que nos convencemos serem nossos grandes poderes racionais? Nós violamos a inocência das coisas em nome da racionalidade para podermos seguir sem interrupção... Vamos respeitar o caráter sagrado do inexplicável."

Marlena de Blasi
In: Mil Dias em Veneza

Este post foi inspirado por nossas conversas no grupo Correndo com Lobos, sobre a diferença entre ingenuidade e inocência. 

A ingenuidade não é um atributo da mulher selvagem, mas a inocência sim.

Sabe diferenciar uma da outra? 




O que é Curar-se?



“Não se queira curar a parte sem tratar o todo. 
Não se queira curar o corpo sem tratar também a alma…
este é o erro dos nossos dias, 
os médicos separarem a alma do corpo.”

Platão
Filósofo Grego
427-347 a.C.

Em português, associamos a palavra Curar a recuperar a saúde, mas ela também significa secar ou defumar um alimento (curar um queijo, por exemplo). Mostrando que a  cura é um processo, e tem relação com o tempo e o amadurecimento.

A palavra inglesa heal (curar) deriva do termo anglo-saxão halque significava “todo”, mas também “saudável” e “sagrado”. Isto já nos dá uma idéia da relação entre saúde e totalidade.

Se corpo, mente e espírito estiverem dissociados, não é possível haver cura completa. Uma alma doente manifestará seu desassossego na forma de sintomas físicos.

Os pensamentos e sentimentos que alimentamos em relação ao mundo e a nós mesmos são a principal causa  do sofrimento.

As doenças geralmente são mensagens que recebemos, dizendo que estamos em desarmonia, que algo precisa ser mudado. Quando entendemos o recado, a doença vai embora. 

É como diz uma médica oncologista que admiro muito:  “ A doença é um grito que a vida dá para avisar que estamos indo pelo caminho errado. A intensidade do grito será proporcional  ao grau de surdez da pessoa." 

Enquanto ficarmos “brigando com a vida”, nada acontece. Somente quando ocorre aceitação pode haver transformação.

A Cura pode ser vista também como um processo iniciático, pois no final não somos mais as mesmas, fomos transformadas, e invariavelmente descobrimos em nós uma força que desconhecíamos.

Então, curar-se é voltar a ligar-se com a alma. Na essência da cura há amor e compaixão. 

Como disse Sakyamuni Buda: “Da doença surge a mente que busca O Caminho.”

Pense nisso…e cuide do que precisa ser Curado em sua vida com delicadeza e amor.



A Natureza e Outras Mães - Poema


"A natureza foi minha primeira mãe.
Memorizei o chão da floresta 
como se fosse o seu corpo.
Sua pele cheirava a pinho e a raízes doces.
Tingia minhas fraldas de verde
e perfumava meus cabelos;
sempre cheios de folhinhas, gravetos e musgo.
Nunca me ocorreu, 
naqueles primeiros anos de vida na floresta,
que eu fosse um ser humano."

Brenda Peterson
escritora americana
In: Nature and Other Mothers


Este poema foi lido nos encontros dos Grupos: Aion e Mito e Psique, 
mas é tão lindo que compartilho com todas.

Uma linda semana!