A Filha do Pai
Dir: Daniel Anteuil
França - 2012
Este é um daqueles filmes inesquecíveis, que já nasceram para se tornar um clássico!
O filme se passa no final da década de 30, às vésperas da segunda guerra mundial.
Conta a história de Patrícia, a primogênita de Pascal, um homem viúvo e pai de 6 meninas, ele tinha uma vida simples, era um escavador de poços.
Um homem sensível, honesto e que amava profundamente suas filhas, especialmente Patrícia, a quem ele amava "como amaria a um filho varão que não teve".
Ela se encarrega de tudo desde que a mãe morreu, cuidando da casa e das irmãs menores e todos os dias ia levar o almoço para o pai nos campos.
Num desses trajetos, ela encontra um jovem belo e sedutor e a paixão é imediata e intensa, porém fugaz. Dentro de alguns dias ele parte para a guerra e ela se descobre grávida.
Naquela época, uma mulher solteira aparecer grávida era o fim de sua vida em sociedade.
O pai, ao ficar sabendo (numa das cenas mais belas do filme), vai junto com a filha conversar com os pais do rapaz, que os humilham e expulsam de sua casa.
Ele então, tem que fazer o possível e o impossível para proteger Patrícia (e o bebê que ela carrega), e também suas outras filhas, do preconceito e discriminação que sofreriam ao ter uma "filha perdida" e uma "criança bastarda" em sua casa. Mesmo que isso implicasse em tomar atitudes drásticas.
Mas a vida dá tantas voltas...
Este é só o começo da história , com uma sucessão de surpresas e reviravoltas e um final belíssimo, com uma redenção à altura!
Baseado no romance do brilhante Marcel Pagnol, com direção primorosa de Daniel Anteuil (que também faz o papel de Pascal), o elenco conta com os melhores atores franceses, fotografia deslumbrante e trilha sonora idem.
Uma história de amor, perdão e reparação maravilhosa!
Já está disponível em DVD. Assista!
Para terapeutas:
Este filme tem muito material para estudo, destaco alguns pontos de interesse:
Nem preciso dizer que o nome do filme em português - A Filha do Pai - (em francês seria: a filha do poceiro) tem conotações muito especiais, dá margem a várias discussões...não é?
Mas o filme vai muito além da relação entre pai e filha. Mostra também a relação edípica entre filho e mãe (o belo jovem e sua mãe), mostra um pouco da histeria feminina (mãe do jovem), aborda de forma muito delicada a questão da ambivalência do desejo feminino (atente para a atitude de Patrícia nas cenas de sedução do jovem casal), mas o roteiro tem dois temas principais:
1. A questão da perda/reparação e o perdão:
(do pai para a filha e desta para ele, de Patrícia para a sogra, de Pascal para a família Mazel).
Sobre reparação e perdão:
Preste atenção na cena final, em que Pascal espera que Mazel entre com as luvas brancas, e ele o faz.
Naquela época, usar ou simplesmente levar as luvas brancas num encontro formal era um gesto de cavalheirismo e, portanto, significava que o portador reconhecia o outro como seu igual.
Perceba o efeito que este gesto sutil tem no semblante de Pascal e o lindo diálogo que se segue entre os dois.
2. A questão da transmissão transgeracional - a quem pertence o bebê?
E a belíssima resposta na fala do jovem a Pascal: "Ele não é seu, você é que é dele". E na fala de Mazel: "O que podemos fazer nós, os velhos, a não ser cuidar e servir aos jovens que virão?"
Um filme tão rico em material simbólico que seria necessário um encontro inteiro do grupo de estudos para podermos explorá-lo...
Recomendadíssimo!
Olá Cris!
ResponderExcluirOlha, dá até gosto ler vc descrevendo toda a situação, fascinante flor!
Mais um para minha lista, certamente.
Beijinhos e, obrigada por tantas coisas lindas que vc apresenta.
Flores e Luz.
Oi Cris,
ResponderExcluirCom certeza mais um filme para a minha lista, obrigada por compartilhar!
Tenha um bom final de semana!
Bjs
Cris querida, já fiquei louca para assistir esse filme. Mais um de tantos outros maravilhosos que você já nos indicou aqui. Uma história maravilhosa de amor, perdão e reparação! Mas aí fico me perguntando: porque o amor sempre implica em perdão e reparação? Porque não conseguimos parar de oscilar entre a vontade de causar estragos e a vontade de rapará-los? Porque tentamos preservar e restaurar o que não conseguimos deixar de destruir? Somos muito complicados não é mesmo? Adoro passar alguns momentos por aqui. Tenho feito muitas reflexões, buscado e encontrado respostas para amenizar alguns aspectos de minha vida que ainda precisam de muitas reparações. Beijo grande minha querida, e um domingo maravilhoso.
ResponderExcluirDenise - dojeitode.blogspot.com
Oi Cris,
ResponderExcluirGostei da dica, mas não sei se vai ser fácil encontrá-lo aqui em Bauru, pois filmes franceses nunca são comprados pelas locadoras.
Beijos 1000 e um ótimo final de semana.
GOSTO DISTO!
Otimooooo, adoro quando vc da dicas de filme vou locar para o fim de semana e depois com certeza venho que contar, mas a visão de quem adora terapia e lê muito a respeito mas leiga. Beijão minha amiga e um belo fim de semana...
ResponderExcluirOlá, boa noite!
ResponderExcluirEsse filme é lindo!
Olha, infelizmente eu não pinto nada... Essa foto foi tirada em um dia que visitei uma amigo artista da cidade onde moro,
Ele foi homenageado em um projeto feito por mim na escola- com releituras de sua obra.
Visite meu Face, há fotos do projeto e também músicas pedagógicas de minha autoria do projeto de outubro.
A Ingrid Biesemeyer também está em meu projeto com seu Livro João e o |pé de Feijão. Compus uma música para cantar após leitura de seu livro.
Meu face é dmariangela09@yahoo.com.br
Passe por lá, a cada semana de outubro uma música pedagógica de minha autoria.
Paz e luz!
Mariângela
Dica anotada!!!! Amo tuas indicações...
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