Este filme é lindo, tocante e com uma redenção final magnífica! É um filme independente, premiado no Festival de Sundance.
Foi indicado para complementar o trabalho do Capítulo 14 do Livro Mulheres que Correm com os Lobos: A Selva Subterrânea, por isso trago novamente esta postagem.
Ele é especial por abordar de forma profunda e poética a questão do resgate do feminino através do encontro com o sagrado.
Ambientado no sul dos EUA na década de 60, numa região apegada a tradições rígidas onde as mulheres e os negros sofriam intensa discriminação e violência.
Lilly (excelente interpretação de Dakota Fanning) é uma garota que sofre com os maus tratos do pai. Ela ainda sente a ausência da mãe, morta num trágico acidente, do qual ela carrega muita culpa.
Até que um dia Lilly foge com sua empregada Rosalyn e vai parar na fazenda de August (Queen Latifah, ótima nesse papel), uma apicultora bem sucedida, que produz o melhor mel de toda a região. Ela é acolhida por August e suas irmãs.
August ensina a Lilly tudo sobre a vida secreta das abelhas, que nesse processo vai resgatando e cuidando das feridas do seu passado, descobrindo uma nova forma de viver, em conexão com a natureza e o feminino sagrado.
Além disso, há vários personagens interessantes cujas histórias vão se entrelaçando e enriquecendo ainda mais a trama, que nos faz experimentar muitas emoções.
O filme toca também na questão da reparação de um mal. O passado não volta, não pode ser mudado. O que podemos fazer é mudar nosso olhar e nossos sentimentos em relação a ele. Nem tudo pode ser reparado, consertado, mas é possível realizar essa reparação internamente, através do perdão e do cuidado amoroso.
A seqüência final é magnífica, daquelas em que voltamos o DVD várias vezes para rever.
O livro que deu origem ao filme é maravilhoso também.
Permite muitas amplificações simbólicas, ao final temos a sensação de que algo dentro de nós curou-se também.
Recomendo a todas!