Sempre que chegamos no capítulo 6 do livro Mulheres que Correm com os Lobos: O Patinho Feio (que é bem diferente do conto que ouvimos quando crianças), percebo que é muito comum a associação do personagem do Patinho rejeitado à nossa criança interior ferida.
Esta é uma visão superficial, que pode gerar obstáculos ao processo de auto conhecimento. O Patinho, como a Clarissa diz, representa nossa alma selvagem, que resiste a todas as intempéries e não desiste até encontrar o seu próprio bando.
Mas e a criança ferida?
Sim, ela existe, e precisa ser bem cuidada. Mas muita atenção aqui para não ficar fixada nas feridas, pois isso leva à Síndrome do Sobrevivente, o que limitará todo o potencial de vida.
Na Síndrome do Sobrevivente é comum a pessoa pensar ou dizer: "veja o que foi feito de minha vida por causa de minha mãe/pai/amante/filho/chefe...." e também "se eles mudassem ou fossem diferentes minha vida seria muito melhor."
Uma outra manifestação é aquela pessoa que ostenta suas feridas como forma de atrair atenção ou de manipular os outros para que façam o que ela deseja.
Veja como nestes casos o poder está totalmente fora de si mesma...
Assim a pessoa fica fixada no passado e assume o lugar de vítima, portanto cria condições para encontrar ao longo do caminho outros que personificarão "os vilões", entrando num ciclo de repetições e sofrimento.
E como evitar isso?
Em primeiro lugar: reconhecer a dor, aceitar que assim foi sua história, fazer seu lamento pelas ilusões perdidas e cuidar das feridas para que cicatrizem ou pelo menos, que parem de incomodar.
Nessa fase é preciso um certo recolhimento, evitar excesso de estímulos, ter períodos de silêncio ou meditação, cuidar muito bem do seu corpo dando-lhe:
- boas noites de sono,
- alimentação saudável,
- exercícios leves,
- tomando muita, muita água para purificar-se, pois ela é o veículo de todas as emoções, carrega as toxinas para fora,
- e tomar pelo menos 20 minutos de sol por dia, a luz solar ajuda a prevenir depressão e também é útil para quem está em tratamento.
- buscar ajuda profissional se necessário.
E lembrar que todo arquétipo tem dois polos. Por mais que tenhamos sofrido, se chegamos à idade adulta, temos dentro de nós a criança saudável. Vários estudos feitos sobre períodos de guerras e catástrofes mostram que se a criança interior for seriamente danificada ou destruída a pessoa não sobrevive.
Portanto, se você está lendo este post, sua criança feliz está viva! Vamos nutri-la e chamá-la para brincar e ajudar a cuidar da criança ferida.
Como disse Chico Xavier: "Não podemos fazer um novo começo, mas todos podemos escrever um novo fim."
Como fazer isso?
Para ler a segunda parte, clique aqui
Texto altamente revelador, Cris.Penso que não há pessoa que não se sinta representada por estas colocações e o caminho indicado faz toda diferença.
ResponderExcluirAve a nossa criança interior, que ela esteja cada mais feliz e saudável!
Sei que a minha sempre esteve junto a mim. Ô Glória!
Bjkas e boa semana.
Calu
Que texto excelente e como é bom ler! Obrigado!
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