Cuidando Amorosamente da Criança Interior - Parte 2


Como podemos chamar e nutrir nossa criança feliz?

Bom, é muito importante destacar que estas propostas e atividades só terão função terapêutica se não houver nenhuma cobrança de desempenho, Ok? 

Só valem se você fizer simplesmente pelo prazer de fazer, assim como as crianças fazem.

Vamos pensar um pouquinho, quais são as características das crianças?

1 - Curiosidade
Sim, as crianças são muito curiosas, só perdem para os gatos....Rsrsrs
Então, para cuidar da sua, seja curiosa, pergunte, questione, tente aprender sempre algo novo. Divirta-se com suas descobertas.

2 - Mexer o Corpo
Já reparou como as crianças gostam de dançar, correr, só pelo prazer de mexer o corpo? 
Dê essa alegria a si mesma, mexa-se. Caminhe, dance, suba em árvores, brinque com seu pet...

3 - Fazer coisas com as mãos
Pinte, borde, desenhe, toque um instrumento, cozinhe, faça pães ou artesanato...qualquer atividade manual que te traga prazer e alegre sua criança.


4 - Brincar ao Ar Livre e Contato com a Natureza
Ofereça-se todos os dias alguns minutos de sol, saia da frente do computador e vá até uma praça ou parque, sente-se à sombra de uma árvore e sinta o vento, a luz, ouça o canto dos passarinhos, cheire uma flor...

5 - Mexer com a Terra
Cuide de uma plantinha, pesquise como cuidar dela, mexa com a terra, acompanhe seu crescimento e florescimento, observe como ela muda ao longo das estações.

Aqui também vale brincar com modelagem em argila, deixe suas mãos livres para brincar e criar novas formas com o barro. Deixe sua imaginação voar...

Argila é barata e fácil de encontrar em qualquer papelaria. Se você gostar do resultado, deixe secar naturalmente por algumas semanas e depois impermeabilize a peça com uma mistura de cola branca e água (metade de cada). A peça ficará resistente a fungos e durará muito....

6 - Proteja Seu Mundo Interno
A analista junguiana Marion Woodman nos ensina que tudo o que entra por nossos olhos e ouvidos torna-se parte de nossas células assim como o alimento.

Portanto, cuide muito bem do que assiste e ouve, evite programas e filmes que destacam a violência, conversas desagradáveis, fofocas e discussões inúteis.

7 - Abra Espaço Para Cultivar Alegria
A alegria é algo precioso e deve ser muito bem cuidada. Abra espaço no seu cotidiano para pequenas alegrias. Busque atividades que te façam sorrir e cultive o humor. O riso é um excelente remédio. 


Tenho certeza de que com esses cuidados sua criança ficará saudável e feliz. A minha adora estes carinhos...

Para ler a primeira parte, clique aqui.


Cuidando Amorosamente da Criança Interior - Parte 1


Sempre que chegamos no capítulo  6 do livro Mulheres que Correm com os Lobos: O Patinho Feio (que é bem diferente do conto que ouvimos quando crianças), percebo que é muito comum  a associação do personagem do Patinho rejeitado à nossa criança interior ferida. 

Esta é uma visão superficial, que pode gerar obstáculos ao processo de auto conhecimento. O Patinho, como a Clarissa diz, representa nossa alma selvagem, que resiste a todas as intempéries e não desiste até encontrar o seu próprio bando.

Mas e a criança ferida?

Sim, ela existe, e precisa ser bem cuidada. Mas muita atenção aqui para não ficar fixada nas feridas, pois isso leva à Síndrome do Sobrevivente, o que limitará todo o potencial de vida.

Na Síndrome do Sobrevivente é comum a pessoa pensar ou dizer: "veja o que foi feito de minha vida por causa de minha mãe/pai/amante/filho/chefe...." e também "se eles mudassem ou fossem diferentes minha vida seria muito melhor."

Uma outra manifestação é aquela pessoa que ostenta suas feridas como forma de atrair atenção ou de manipular os outros para que façam o que ela deseja.

Veja como nestes casos o poder está totalmente fora de si mesma...

Assim a pessoa fica fixada no passado e assume o lugar de vítima, portanto cria condições para encontrar ao longo do caminho outros que personificarão "os vilões", entrando num ciclo de repetições e sofrimento.

E como evitar isso?

Em primeiro lugar: reconhecer a dor, aceitar que assim foi sua história, fazer seu lamento pelas ilusões perdidas e cuidar das feridas para que cicatrizem ou pelo menos, que parem de incomodar.

Nessa fase é preciso um certo recolhimento, evitar excesso de estímulos, ter períodos de silêncio ou meditação, cuidar muito bem do seu corpo dando-lhe:
- boas noites de sono, 
- alimentação saudável, 
- exercícios leves,
- tomando muita, muita água para purificar-se, pois ela é o veículo de todas as emoções, carrega as toxinas para fora,
- e tomar pelo menos 20 minutos de sol por dia, a luz solar ajuda a prevenir depressão e também é útil para quem está em tratamento.
- buscar ajuda profissional se necessário.


E lembrar que todo arquétipo tem dois polos. Por mais que tenhamos sofrido, se chegamos à idade adulta, temos dentro de nós a criança saudável. Vários estudos feitos sobre períodos de guerras e catástrofes mostram que se a criança interior for seriamente danificada ou destruída a pessoa não sobrevive.

Portanto, se você está lendo este post, sua criança feliz está viva! Vamos nutri-la e chamá-la para brincar e ajudar a cuidar da criança ferida.

Como disse Chico Xavier: "Não podemos fazer um novo começo, mas todos podemos escrever um novo fim."

Como fazer isso

Para ler a segunda parte, clique aqui

Correndo com Lobos - Capítulo 7 - O Corpo Jubiloso


Este encontro foi um pouco diferente dos demais, pois como o tema é o corpo, economizamos nas palavras e priorizamos as vivências. O objetivo é que todas saíssem vitalizadas, com a sensação de corpo vivo.

E  o que é um corpo vivo no mundo instintivo?

No nível mais básico, consideramos o corpo o Templo do Ser; portanto, a questão não é a do formato, do tamanho, da cor ou da idade; mas se existe sensação, se funciona como deveria, se temos todo um leque de sentimentos.

Sua função é proteger, conter, apoiar e atiçar o espírito e a alma em seu interior, a de ser um repositório para as recordações, de nos encher de sensações - o supremo alimento da psique -  para provar que existimos, para nos dar uma ligação com a terra, para nos dar volume, peso.



Realizamos várias vivências corporais: primeiro uma massagem relaxante, depois trabalhamos em duplas na vivência das Flores e Borboletas, trazendo vitalidade para a pele, acordando todo o corpo. Em seguida a prática com Dança e o Movimento Expressivo. 

Depois dessa sensação de despertar e habitar o próprio corpo, fizemos uma experiência de sensibilização e mobilização das imagens interiores através da Escrita Poética. 

No final, compartilhamos nossas experiências e  encerramos com a  Dança Circular, que está ficando linda! 

Este encontro foi realmente inesquecível, e marca uma nova fase, pois passamos da metade do livro e o foco agora é a transformação.

Foi uma grande alegria estar com vocês, fechamos o ano com chave de ouro! No ano que vem tem mais....


P.S.: Agradeço a força e o carinho, já estou quase totalmente recuperada.



Coisas de Mãe Para Filha

Coisas de Mãe para Filha
Várias autoras
Ed. Outono

Um verdadeiro tesouro. Com depoimentos e intervenções gráficas e visuais, este livro reúne os pensamentos de vinte e três mulheres sobre a beleza e o mistério de ser mãe de outra mulher, e sobretudo, sobre o significado desta experiência em suas vidas.  
Como uma colcha de retalhos, costurada pelas diferentes visões de mundo de cada uma, o que une todas essas mulheres é a vontade de transmitir um legado a suas filhas.
Um livro belíssimo, mesmo para as que não são mães e para aquelas, como eu, que são mães de meninos. Ao final da leitura,  nos sentimos também como filhas recebendo um carinho especial destas mães.
    Trago novamente esta indicação de leitura pois este livro complementa muito bem o que estudamos no Capítulo 6 - O Patinho Feio, no Grupo Correndo com Lobos. Ajuda a curar a filha e a mãe dentro de nós.

Recomendadíssimo! 


            

As Longas Colheres - Histórias Que Curam


Este  belo conto faz parte das Histórias da Tradição Sufi.

Num reino muito distante, havia um rei famoso por suas fantasias meio excêntricas. Um dia ele mandou anunciar que daria a maior e mais bela festa de seu reino. Toda a corte e todos os amigos do rei foram convidados.

No dia da festa, o palácio era só esplendor.  Todos admiravam fascinados as apresentações dos dançarinos e os divertimentos mais refinados.

Entretanto, não havia comida em parte alguma e com o passar do tempo, a fome foi crescendo. Mas ninguém ousava reclamar diante do rei.

As apresentações continuaram por horas e horas. Finalmente, quando a situação tornou-se insuportável, o rei levou seus hóspedes para uma sala especial, onde uma refeição os aguardava.

Todos correram em direção a um delicioso aroma de sopa que estava num enorme caldeirão no centro da mesa.  Eles queriam servir-se, mas não havia nenhum prato, nem tigela, somente enormes colheres de metal, de mais de um metro de comprimento.

Os cabos não permitiam que o braço levasse a sopa à boca, porque não se podia segurar as escaldantes colheres a não ser por uma pequena haste de madeira na extremidade.

Desesperados, todos tentavam  sem resultado. Até que um dos convidados encontrou a solução: segurando a colher pela haste em sua extremidade, levou-a à boca de seu vizinho, que pôde comer à vontade.

Todos o imitaram e se saciaram, compreendendo enfim que a única forma de alimentar-se naquele palácio, era servindo um ao outro.