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Nosso Encontro de Setembro - O Corpo Jubiloso



Este encontro foi um pouco diferente dos demais, pois como o tema é o corpo, economizamos nas palavras e priorizamos as vivências. O objetivo é que todas saíssem vitalizadas, com a sensação de corpo vivo.


Imagem: Pinterest

E  o que é um corpo vivo no mundo instintivo?

No nível mais básico, consideramos o corpo o Templo do Ser; portanto, a questão não é a do formato, do tamanho, da cor ou da idade; mas se existe sensação, se funciona como deveria, se temos todo um leque de sentimentos.

Sua função é proteger, conter, apoiar e atiçar o espírito e a alma em seu interior, a de ser um repositório para as recordações, de nos encher de sensações - o supremo alimento da psique -  para provar que existimos, para nos dar uma ligação com a terra, para nos dar volume, peso.


Realizamos várias vivências corporais: primeiro trabalhamos os pés através  da massagem com bolinhas e observamos os efeitos no resto do corpo e na respiração, depois trabalhamos em duplas trazendo vitalidade para a pele, acordando todo o corpo.

O ponto culminante foi a prática do Yoga do Riso, uma sessão de gargalhadas que purifica, desintoxica, traz alegria e vitalidade, seguida da Dança dos Elementos, através da técnica do Movimento Espontâneo, fechando com a Invocação da Luz.

Depois dessa sensação de despertar e habitar o próprio corpo, passamos para a Vivência com Arte onde fizemos uma experiência de sensibilização e mobilização das imagens interiores que se concretizaram através da Modelagem em Argila. Vocês podem ver as fotos dos trabalhos aqui.

No final, compartilhamos nossas experiências e  encerramos com a  Dança Circular, que está ficando linda! 

Este encontro foi realmente inesquecível, e marca uma nova fase, pois passamos da metade do livro e o foco agora é a transformação.

Foi uma grande alegria estar com vocês, no mês que vem tem mais...




Viver Para Lembrar...De Ser Feliz!

O post de ontem trouxe comentários tão lindos como o da querida Denise, do blog Do Jeito De...Há tamanha beleza e significado em suas palavras, que descortinam um horizonte e merecem ser compartilhadas com todas!


Ah, Cris, acho que isso daria o que falar... 

Se o nosso objetivo é observar, crescer e amar, então acho que precisamos urgentemente reaprender tudo. Vivemos em um mundo onde não há contato de almas, apenas um contato de trocas rápidas e sem profundidade. As relações estão cada vez mais distantes e impessoais. 

Sinto que precisamos de mais contatos pessoais, de abraços, sorrisos, beijos, toques... 

Enfim, acho que tudo poderia ser mais fácil se não nos deixássemos levar pelas aparências, se reconhecessemos verdadeiramente o essencial em cada mínimo aspecto da vida. Mas isso algumas vezes pode ser difícil porque implica em mudanças, renovação, quebra de regras e padões. 

Muitas vezes me questiono sobre tudo isso e, chego a conclusão que preciso urgentemente reaprender a ver o mundo e a mim mesma, mas de forma simples, sem precisar de muita lógica ou razão para justificar tudo ou todos. 


Não sei se consigo me fazer entender, algumas coisas são difíceis de colocar em palavras, mas seria mais ou menos assim: Dormir quando tenho sono, comer quando tenho fome, aprender a ver uma montanha e enxergá-la por inteiro, saber apreciar sua beleza, sua força, sua grandeza, ver aquilo que está ali, naquele momento e da maneira como se apresenta, só isso. 

Acho que aí é que reside a essência, no simples, no obvio, mas que por ser tão obvio, nem sempre enxergamos, e aí saímos buscando por algo que estava alí, ao alcance de nossas mãos, em frente aos nossos olhos. 

Sabe de uma coisa? Acho que a gente perde muito tempo querendo racionalizar tudo e esquece de ser feliz.



Lindo demais, não é?


O Que Somos?



Gastamos tanto tempo e energia com coisas desnecessárias...

Vamos buscar a essência?



Dieta da Alegria


" Faça a Dieta da Alegria: 
Um sorriso a cada manhã,
um agradecimento no final do dia."

   Viver não é bolinho e, vamos combinar, complicamos demais a nossa existência. Não basta ser, precisamos "superser".
     Estamos plugadas, antenadas, fazendo um monte de coisas e, por incrível que pareça, poucas fazem nossos olhos brilhar.
     Nossa trajetória na vida é como se estivéssemos num rio onde, até metade da nossa existência podemos somente nos deixar flutuar e sermos levadas. À certa altura, precisamos nadar contra a correnteza. 
      Nadar contra a correnteza é reeducar o olhar. Tentar ver as coisas para as quais olhamos há muito tempo sem ver.  Inclusive a pessoa amada, e aqueles que são muito próximos.
      Por que  quando viajamos achamos graça em descobrir uma praça qualquer e não somos capazes de fabricar olhos estrangeiros para cantos desconhecidos de nossa própria cidade?
    É mais fácil colocar o motivo do entusiasmo longe e continuar reclamando. 
    Nós abandonamos a alegria à sua própria sorte, queremos que brote sozinha, sem uma ajudazinha sequer. 
     Nossa indústria de tédio e cansaço trabalha a todo vapor e não achamos legítimo fabricar alegria?
   Maturidade traz sabedoria, mas também traz tédio e preconceito. Temos que tomar cuidado e abrir as janelas para ventilar. Há que se reinventar.
     Alegria é coisa preciosa e precisa ser cultivada.
     Podemos dar mais chances para a alegria....
     O que faz seus olhos brilhar?

Este texto é um trecho de uma postagem antiga, mas achei que tinha tudo a ver com essa imagem e quis compartilhar com vocês, para começar bem a semana!



Jung Sabia das Coisas...

Imagem do Livro Vermelho de C. G. Jung

"A situação de uma época como a nossa, conturbada em alto grau pelas paixões políticas, abalada pelo caos de revoluções de Estado e pela derrocada dos fundamentos de sua cosmovisão, afeta de tal maneira o processo psíquico do indivíduo que o médico não pode deixar de dedicar uma atenção especial aos efeitos que provoca na psique individual. A avalanche dos acontecimentos de uma época não é perceptível apenas no lado de fora, isto é, no mundo exterior e distante. Ela atinge também a tranquilidade do consultório e a privacidade das consultas médicas. O médico é responsável por seus pacientes e por isso não pode de maneira alguma se isolar na ilha distante e tranquila de seu trabalho científico. Precisa descer à arena dos acontecimentos do mundo e participar da luta das paixões e opiniões, pois do contrário só conseguirá perceber as inquietações do seu tempo de modo distante e impreciso, tornando-se incapaz de compreender ou mesmo de ouvir o sofrimento de seus pacientes. Ele não saberá qual a linguagem mais adequada para lidar com o paciente e retirá-lo do isolamento em que se encontra, já que a sua incompreensão reforçará ainda mais esse estado. Por essa razão, o terapeuta não pode prescindir de uma discussão com o seu tempo por mais que o alarido político, o embuste da propaganda e o grito desafinado dos demagogos lhe causem repugnância. O que aqui ressaltamos não são os seus deveres de cidadão que exigem algo semelhante mas, essencialmente, os seus deveres como médico que lhe impõem uma obrigação ainda mais elevada, o compromisso com o HOMEM."
Carl Gustav Jung (1875-1961)
Médico Psiquiatra 
Criador da Psicologia Analítica


Dá para acreditar que ele escreveu isso no início do século passado?

A Felicidade Segundo a Tradição Indígena por Kaká Werá

Belíssima entrevista com Kaka Werá, índio de origem tapuia, escritor, ambientalista, conferencista e terapeuta social.  
Ele nos mostra uma outra visão da vida, novas possibilidades de ser feliz. 
Uma pessoa maravilhosa, com quem tive a oportunidade de aprender muito.
São só 4 minutinhos que valem ouro...



Kaká Werá Jecupé é fundador e presidente do Instituto Arapoty, organização voltada para a difusão dos valores sagrados e éticos da cultura indígena brasileira.  
É membro do Colégio Internacional dos Terapeutas (CIT), empreendedor social da rede Ashoka, e conselheiro da Bovespa Social&Ambiental.  
Desde 1998, leciona na Fundação Peirópolis e na UNIPAZ.  Já viajou e palestrou em diversos países, entre eles Inglaterra, Estados Unidos, Israel, Índia, Escócia, México e França, levando consigo a sabedoria dos povos ancestrais do Brasil.  
Para mais informações, visite institutoarapoty.ning.com.

Uma Análise Bem Sucedida


"Em uma análise bem sucedida, tendem a diminuir os conflitos, distúrbios e turbulências que interferem no uso da mente. É possível que isso ponha o indivíduo em estado de maior limpidez  de percepção, compreensão da realidade e encontro consigo próprio. 
Surgem não só o alívio dos sintomas, mas um sentido de vida e um estado desperto, em que as emoções não pensadas e em estado bruto tem menores possibilidades de o deixar em confusão.

Quiçá se livre do medo de viver.

Atingido este ponto, talvez encontre sem esforço, em momentos felizes, um espaço interno de silêncio para a visão das coisas, que não pertence ao tempo, e ele então tenha a experiência do que é plantado no coração do homem para a eternidade."

Walter Trinca
In: A Arte Interior do Psicanalista


Eu não disse que esse livro era lindo?....




Quando a beleza do mundo se acendeu para mim



Segunda-feira chuvosa, acordar cedo, aquela preguiça...
Atrasada para o trabalho, saio apressada e viro a esquina.
Eis que me pega de surpresa uma roseira carregada de flores enormes! 

Como? 
Passo todos os dias por alí, e ela não floresceu  do dia para a noite...

As rosas me encantaram com sua beleza e perfume, mas imediatamente pensei no gesto amoroso do morador que plantou uma roseira na calçada para embelezar a vida de todos.


Mais adiante me deparo  com uma muda de flamboianzinho todo florido e rodeado  por uma cerca branca de madeira feita com muito capricho, para que o deixassem crescer em paz.


Esperando para atravessar a rua, uma mãe carrega o violão do filho a caminho da aula de música, e o garoto aguarda abraçado ao  seu cãozinho.



E  ao chegar na frente do consultório, o céu se abriu... um bando de maritacas sai não sei de onde e atravessa naquela algazarra em minha frente!



Quando menos esperava, a beleza do mundo se acendeu para mim naquela manhã cinzenta.

Mas a beleza sempre esteve aí, nosso olhar é que precisa se abrir para ela.

Ótima semana para todas e todos!

Qual é o Caminho da Sabedoria?





Precisa dizer mais? 



Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa - Que Mulher Extraordinária!

   
     Quem já leu o  maravilhoso Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, deve ter visto  a dedicatória: "Para Ara". Quem foi a mulher que inspirou esta obra-prima ?
       Aracy foi a segunda mulher de Guimarães Rosa e sua parceira num dos momentos cruciais da vida do casal: o salvamento de judeus no coração da Alemanha nazista.
     Em 1938 Aracy conheceu Guimarães Rosa no consulado brasileiro em Hamburgo. Por falar várias línguas ela tinha um cargo na seção de passaportes e bom trânsito no corpo consular.
     Nessa mesma época, entra em vigor a Circular Secreta 1127, que proibia a entrada de judeus no Brasil. Ela ficou indignada e ignorou a ordem e passou a fornecer vistos a quem lhe pedisse. Para conseguir a assinatura do cônsul, ela embaralhava os vistos no meio da papelada que ele assinava.
    Guimarães Rosa, então cônsul-adjunto, soube o que ela estava fazendo. E a apoiou (e se apaixonou) plenamente. Ambos passaram a ser investigados pelo serviço secreto alemão e pela embaixada brasileira, pois o governo Vargas ainda mantinha relações diplomáticas com a Alemanha. Ele foi denunciado como simpatizante dos judeus e fichado na polícia alemã.
     Aracy corria maior risco pois ela não tinha imunidade diplomática.  Mesmo assim, seus estratagemas cresciam em ousadia. Ela abrigava judeus em sua casa e os escondia no banco de trás do carro consular para cruzar a fronteira. Se  fosse pêga, seria morta.

     Um caso ficou especialmente famoso. Maria Margarethe Bertel Levy e o marido foram levados por Aracy a um navio, no qual embarcaram com o passaporte diplomático da brasileira. Ela levou as jóias do casal na própria bolsa, escondeu-as na caixa de descarga do sanitário do camarote e os aconselhou a só retirá-las em alto mar. Assim fizeram. Chegando ao Brasil, venderam as jóias e iniciaram uma nova vida.
     Anos depois Aracy e Margarethe se reencontraram e se tornaram amigas inseparáveis.
    Em 1942, o governo brasileiro rompeu com a Alemanha e ao tentar sair do país, Aracy e João foram presos em Baden-Baden por quatro meses, até serem trocados por diplomatas  alemães no Brasil.
    Aracy é a única mulher citada no Museu do Holocausto de Jerusalém como um dos 18 diplomatas que ajudaram a salvar vidas. Seu nome batiza uma avenida e um bosque em Jerusalém.
     No Brasil, abrigou artistas perseguidos pelo regime militar (de 1964 a 1985).  Ficou viúva em 1967 e nunca mais se casou.
     Morreu em São Paulo, em 3 de março de 2011, dez dias depois de perder a amiga Margarethe. Ambas tinham 102 anos.



Uma Mulher Extraordinária!



O Jarro das Lágrimas Etruscas



   Conta a história que todos os homens, mulheres e crianças etruscas tinham  um pequeno jarro em terracota. Ainda existem exemplares no Museu Faina, na cidade de Orvieto, na Úmbria e no Museu do  Louvre.
  Quando um deles chorava, segurava este jarro embaixo do olho recolhendo as lágrimas.
 Acreditavam que elas saíam da alma, que eram um derretimento da alma. Assim, perder lágrimas era a mesma coisa que perder a própria alma.
 Então, esmagavam pétalas de violetas ou de rosas e perfumavam as lágrimas, fazendo uma espécie de essência e usavam a poção para ungir as pessoas amadas.
  Dessa forma, transformavam a essência de suas almas em amor. 

Marlena de Blasi
In: A Doce via na Úmbria

Esta é uma pequena amostra das belas passagens que encontramos neste livro. 

A Floresta de Um só Homem



Veja esta mata verdejante. 
Sabia que até 1979 era um lugar desértico? 

Jaday Payeng (este homem que está na foto abaixo) sozinho, transformou uma área de 550 hectares (!) de banco de areia em densa floresta e tornou-se herói em Assam, estado do nordeste da Índia.


Quando ele tinha 16 anos, uma grande inundação acabou com as árvores e habitats de muitos animais na localidade. Ele tomou a decisão quando encontrou um grande número de répteis mortos e chorou.

Solicitou ajuda ao Departamento florestal local, mas disseram que nada cresceria naquele terreno arenoso. Devido à sua insistência, sugeriram que ele plantasse bambu.

Jaday fez isso e passou a morar sozinho no banco de areia. 
Muitos anos depois já havia uma variedade de flora e fauna, incluindo animais em extinção.


Hoje, aos 47 anos, ele continua a dedicar todo o seu tempo à floresta.

Ao ouvir esta história pensei em muitas pessoas que passam a vida a se lamentar, mas não tomam atitudes para mudar a situação que as faz sofrer.

Outras começam, mas desistem no primeiro obstáculo.

A verdadeira vontade aponta o caminho.


A Lembrança da Verdade



Há uma tribo africana que tem um costume muito bonito.


Quando alguém faz algo prejudicial ou errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia e todos os membros da tribo vêm e o rodeiam. 


Durante dois dias, eles vão dizer a essa pessoa todas as coisas boas que ela já fez!

A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom. Cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade.

Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro.

Eles se unem então para erguê-la, para reconectá-la com sua verdadeira natureza, para lembrá-la quem ela realmente é, até que ela se lembre totalmente da verdade da qual tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou boa".

Sawabona Shikoba!

Sawabona, é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer: "Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante para mim."

Em resposta as pessoas dizem: Shikoba, que significa: "Então, eu existo para você."


Muito Obrigada Sandra pela mensagem tão linda e inspiradora!

A Sabedoria do Carvalho



"O carvalho mesmo assegurava que só semelhante crescer pode fundar o que dura e frutifica; que crescer significa: abrir-se à amplidão dos céus, mas também deitar raízes na obscuridade da terra; que tudo o que é verdadeiro e autêntico só chega à maturidade se o ser humano for simultaneamente ambas as coisas: disponível ao apelo do mais alto céu e abrigado pela proteção da terra que oculta e produz.


Martin Heidegger
1889-1976 
(filósofo alemão)



O carvalho é uma árvore majestosa e imponente. Pode chegar até 40 metros de altura e vive de 500 a 1000 anos! É uma das árvores mais resistentes ao frio e às intempéries. Para poder crescer tanto e ser tão forte, suas raízes mergulham na terra e se espalham profundamente.

Lembrei-me de nossa discussão no grupo de estudos de sexta-feira, quando conversamos sobre o mergulho no corpo e a integração com o Ser, que só pode acontecer quando aceitamos, ouvimos e respeitamos a sabedoria do nosso próprio corpo. Para poder subir, é preciso estar muito bem enraizada!

Acho que o exemplo do carvalho ilustra bem esta questão, vocês não acham?



Quem Disse Que os Bebês Não Falam?


Esta história incrível mostra a sabedoria da grande mulher que foi Françoise Dolto, por quem tenho uma profunda admiração.


     O que vou lhes contar ocorreu na Maison Verte, instituição parisiense de acolhimento de crianças de zero a três anos, criada pela psicanalista Françoise Dolto.
    Quando na juventude de minha formação psicanalítica, tive a oportunidade de passar algumas tardes naquele local, acompanhando o trabalho de Dolto, já então, ícone da psicanálise dita infantil.
   Em uma tarde, um casal relativamente jovem chegou para a consulta com cara de desespero. Traziam um bebê nos braços, o qual aparentava uma fraqueza importante. Deveria ter uns três ou quatro meses de vida.
     Dolto, cheia de atenção vigilante e afetuosa, ficou sabendo dos pais que ao desespero da criança que não comia, razão por estar esquálida, somava-se a preocupação com o desemprego do pai, a sobrecarga da mãe, e as contas que não fechavam no mês.
    Assisti, em seguida, Françoise Dolto se dirigir diretamente ao bebê, sem qualquer atenção ao fator compreensão, e lhe explicar, olhos nos olhos, que ela, Dolto, entendia muito bem que ele não quisesse comer, uma vez que sua chegada poderia ser pensada como em má hora, e que o melhor talvez fosse desaparecer. Contestou, no entanto, afirmando que ele estava enganado, pois sendo tão querido e esperado, sua morte precoce retiraria dos seus pais o único efetivo alento naquele momento difícil de vida. E assim se despediu dos três – filho, mãe e pai –dando-lhes um retorno para a semana seguinte.
    Quando saíram, Dolto me disse: -“Você vai ver só o que vai acontecer”.
    No segundo encontro, confirmando a previsão da analista, eram outras pessoas que estavam ali. O bebê estava comendo, e bem.
    Ao final do atendimento, a doutora me falou: -“Você viu como os bebês falam? Você viu a prova?”. Aí, para mim, foi demais. Com a delicadeza devida, contestei que não era que bebês falassem, mas que – como Lacan havia demonstrado no estádio do espelho... – ao ela falar com o bebê, estava realmente falando a seus pais que, por conseguinte, tinham mudado sua posição e possibilitado a alteração sintomática.
    Dolto não me deixou avançar muito em minha peroração. –“Sim, sim – me retorquiu – eu também conheço o ‘seu Lacan’ e bastante bem. Além de companheiros de toda uma vida, somos mesmo muito amigos. Agora, que ele o diga com o espelho, é interessante, quanto a mim, digo e mostro – como você viu –que os bebês compreendem e sabem falar”.

Jorge Forbes
Psicanalista

Este artigo foi enviado pelo amigo Marcus Quintaes, psicanalista junguiano e coordenador do Grupo Himma - o qual frequentei por muitos anos. 
Obrigada Marcus!

A Sabedoria de Rubem Alves

Palavras sábias e poéticas como nos seus livros.....
Só que ao vivo!



Esta é uma das muitas entrevistas que compõem o filme "Eu Maior" que será lançado em breve. Se quiser ver as outras, visite: www.eumaior.com.br

Liberdade


"Não adianta sair procurando.
Liberdade não é uma questão de geografia,
ela só existe dentro da gente."
Ciça Guimarães

"Amo tanto a liberdade 
que tento deixar tudo o que amo livre.
Se retornarem para mim
é porque os conquistei.
Se não retornarem,
é porque nunca os possuí."
John Lennon


     Enquanto esperava no laboratório para fazer o 'check up' anual, assisti a um programa muito bom chamado "Viver com Fé" no canal GNT. Apresentado por Ciça Guimarães. 
   
  Ela entrevista pessoas anônimas e famosas que enfrentaram problemas graves na vida e superaram com muita coragem, determinação e fé.  Os depoimentos são incrívelmente belos e emocionantes.

    Para nós terapeutas, é um excelente estudo de casos sobre resiliência e sobre a riqueza da alma humana.
  
   Acesse abaixo o link do programa para ver alguns episódios e saber os horários em que é apresentado na TV. 
    
     O programa de hoje falava sobre liberdade. Foi lindo demais.  Fiquei surpresa por encontrar algo tão inspirador. 


Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...


“Uma crisálida (latim: chrysaliis, do grego: χρυσαλλίς = chrysallís, plural: crisálidas), é o estágio de pupa de insetos da ordem lepdóptera. O termo é derivado da coloração metálico-dourada encontrada nas pupas de muitas borboletas (grego: χρυσός (chrysós) significa ouro).”
“O estágio de crisálida em muitas borboletas e o único onde elas pouco se movem ou não o fazem. Entretanto, muitas pupas de borboletas são capazes de mover seus seguimentos abdominais para produzir sons que possam afugentar potenciais predadores. Dentro das crisálidas ocorre o processo de crescimento e diferenciação sexual. As borboletas adultas emergem destas e expandem suas asas para bombear sangue pelas veias. Esta rápida e brusca mudança é chamada metamorfose.” (Wikipédia)
Dias atrás, vi no sítio um momento muito bonito. Uma borboleta saindo do casulo. Não posso negar que não foi fácil acompanhar. É um momento demorado (pra quem está assistindo), delicado. Durante a maior parte do tempo é até difícil de perceber os progressos. Mas eles estão acontecendo. Para quem está de fora, as evoluções são quase imperceptíveis, pois acontecem dentro, mas para a borboleta que as vivencia, acredito que não. Com transformações tão delicadas, parece que quando a borboleta consegue sair do casulo, aquilo aconteceu de repente. Mas para a frágil lagarta, que se esforçou tanto para afugentar predadores ou simplesmente para se manter segura àquela folha, aquilo não aconteceu “de repente”.
Uma lagarta (?!?), se transformar em uma linda borboleta? Como pode? É a natureza, como diria o poeta. E mesmo podendo a natureza promover “milagres” como este, não foi de repente. Ela precisou passar pelo estágio da “crisálida”, seu momento de crise. No qual, a qualquer ameaça de vento forte ela estaria sujeita a ver seu futuro colorido desaparecer no ar.
Ufa! Não foi fácil, mas finalmente ela consegue se livrar do casulo e pouco a pouco suas asas úmidas vão secando, secando, até ela conseguir alçar seu primeiro vôo. Até o galho ao lado. Aprendeu a voar. Agora, já pode ganhar os ares e alegrar os olhos que estiverem abertos para a alegria.
Lindo Momento.
“Será que a borboleta lembra que já foi lagarta?”
“Será que a lagarta sabe que um dia vai voar?” (Palavra Cantada)
Este texto é de autoria da Tatiana do lindo blog Terra da Tati
o link está na lista ao lado 

Que Tipo de Fogo Você É?

    
    Um homem da tribo de Neguá, no alto da Colômbia, conseguiu subir ao céu e na volta ele contou:
      Que havia contemplado de lá de cima a vida humana e viu que somos um mar de foguinhos.
      O mundo é isso, revelou, um monte de gente, um mar de foguinhos.
     Não existem dois fogos iguais, cada pessoa brilha com luz própria entre todas as demais.
    Há fogos grandes e fogos pequenos, e fogos de todas as cores.
     Há gente de fogo sereno, que nem percebe o vento.
     Há gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas.
     Alguns fogos são bobos, não iluminam nem queimam.
    Mas outros, ardem sua vida com tanta intensidade que não se pode olhá-los sem pestanejar.
    E quem se aproxima deles, se acende.
Eduardo Galeano
no vídeo Sangue Latino
(você pode assistir nesta página, abaixo, ou então na página Filmes)

Tenha Coragem de Ser Feliz!


       "Aos 44 anos de praia, filhas criadas, certeza cada vez mais firme sobre o que eu quero e o que eu não quero fazer na vida, eis que descubro, AGORA, que tenho medo de ser feliz. COMO ASSIM? Tenho.     
  Justo eu, que persegui a felicidade, analisando as alternativas, possibilidades, fazendo escolhas cuidadosas, refazendo planos...
     Mas justamente quando sinto o gosto daquela felicidade que procuro tanto, vem junto um sabor estranho. Um ruído que diz: será? Será que é pra valer? Será que vai durar? Os outros estão felizes também? Quem te faz feliz sabe que faz? Será que você o faz feliz também?
     Cacilda, que barulho chato! Não sei se é seqüela da depressão, se é por ser mais calejada e realista  ou por ter ficado meio boboca mesmo. Porque é tudo verdade: o momento bom vai passar e pode-se sofrer muito ao perder algo que já nos fez muito bem.
     E desde quando o certo é não ser feliz agora? Não saboreio um chocolate sabendo que ele vai acabar e amanhã vou querer outro? Água quente é uma delícia e eu, embaixo do chuveiro não penso "putz, como é bom!"? Dá preguiça de sair, mas a sensação boa prevalece e permanece. 
    Medo, bem o sabem as pessoas corajosas, não é algo que a gente não experimenta. É algo que a gente não deixa nos dominar.
     Então dona Sonia, vê se mergulha na felicidade como na água boa da piscina no fim da tarde, curte a sensação de não ter peso; nada ou flutua, mergulha de pé ou de cabeça conforme  a vontade e deixa para passar frio - ou não - do lado de fora.
     Tenha respeito; não tenha medo da água."

Trechos da coluna de Soninha Francine 
para ler na íntegra:  Revista vida simples - Junho 2012