Livro - O Surpreendente Propósito da Raiva


Nós percebemos quando ela chega. O rosto fica vermelho, o ritmo cardíaco acelera, a irritação aumenta...

O que a raiva está tentando nos dizer?

Este livro mostra que a raiva serve a um propósito específico que enriquece a vida. Para isso é preciso saber lidar com ela.

Embora tenha apenas 60 páginas, é rico em conteúdo! É o registro de um workshop ministrado pelo autor, incluindo alguns atendimentos que servem como demonstração. Ele também usa exemplos de sua vida pessoal e responde perguntas do público.

É muito interessante e a leitura flui de forma agradável, escrito em linguagem acessível para o público em geral. 

Além de ajudar na compreensão e manejo da raiva, também traz estratégias para ter clareza de nossas necessidades e como podemos atendê-las.

Uma leitura que realmente desperta nossos recursos internos e amplia a visão. 

Recomendo a todas!








Atitudes Geradoras de Raiva e Agressividade - Parte 2


Agora que já aprendemos a lidar com as armadilhas da Generalização e a Desvalorização, vamos falar um pouco sobre o terceiro gerador de agressividade e como sair desse  jogo!

3 - Transferência de Responsabilidade: 

A Culpa 
Um tenta jogar para o outro a culpa pelo que está sentindo, responsabilizando o outro pelos próprios sentimentos. 

Exemplo: "Olha o que você me fez fazer!" ou "Fiz tal coisa porque você me deixou louca."
    
Mas também há pessoas que culpam a si mesmas pelo que o outro sente, mesmo que o outro não diga nada. Lembre-se: A culpa é ingenuamente pretensiosa. Não temos tanto poder assim.
  
E ainda há pessoas que querem ser salvadoras, agindo como intermediárias entre os dois protagonistas, tentando eximir cada um de sua responsabilidade, o que atrapalha inda mais.

Saída: Cada um é responsável pelo que sente. Não carregue pedras que não te pertencem.

Só aceite uma terceira pessoa para intermediar o conflito se for um profissional treinado para isso.

Leitura de Pensamento
Durante a infância, precisamos que os adultos percebam nossas necessidades e as atendam. Mas como adultos precisamos expressar claramente nossas necessidades e não esperar que os outros adivinhem. 

Muitas pessoas querem continuar a ser tratadas como crianças, especialmente nos relacionamentos amorosos, esperando que o outro adivinhe suas necessidades, como se isso fosse prova de amor!

Ao invés de ficar tentando adivinhar o que o outro deseja, pergunte! Ao invés de esperar que o outro adivinhe seus desejos, diga claramente o que quer. Assim o relacionamento pode florescer.

Para Sair dos Jogos Psicológicos

Resolva os desentendimentos diretamente com a pessoa envolvida. 

Atenha-se sempre aos fatos: o que, quem, quando, onde, como.

Foque na respiração para manter a clareza mental.

Cuide bem de si mesma para prosseguir, não imponha sua irritabilidade e frustrações aos outros. (Veja as dicas para lidar com emoções fortes na primeira parte deste post).

Não coloque terceiros na situação, a menos que necessite de ajuda profissional.

Lembre-se: Ninguém é obrigado a atender a pedidos não ditos. 
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Para ver a primeira parte, clique aqui








Atitudes Geradoras de Raiva e Agressividade - Parte 1


Já notou que algumas atitudes geram raiva imediatamente e nos prendem em jogos psicológicos desgastantes? Aprenda a percebê-las e a evitá-las. 

São 3 tipos: Generalizações, Desvalorização e Transferência de Responsabilidade.

Lembre-se de focar na respiração para ter centramento e perceber as armadilhas.

1 - As Generalizações

Exageros: todos, sempre, nunca, ninguém, em todo lugar... 
São realmente todos? É realmente sempre? Não há nenhum exemplo contrário? 

Saída: usar uma linguagem moderada. "Várias vezes", "muitas pessoas", "raramente", "frequentemente",...Isso vai dar credibilidade à sua fala e reduzirá a agressividade na conversa.

Fusões: misturar problemas diferentes na mesma conversa. 
Exemplo: "Sim, mas outro dia você...."

SaídaEstabeleça um assunto principal e permaneça focada. Se o outro for quem está trazendo questões diferentes, responda: "Cuidaremos desse problema assim que resolvermos este que estamos tratando agora."

Interpretação duvidosa: tomar um caso pelo todo, usar um exemplo como prova.
Exemplo: "Ela não me cumprimentou, isso prova que..."       
     
Saída: Traga a conversa de volta para o foco: "Que soluções você propõe para este problema?"

Focalize a conversa na direção das soluções e do futuro. 

2 - A Desvalorização - A desvalorização é um potente gerador de agressividade porque ela nos priva da individualidade e nos coloca em posição de inferioridade para que o outro controle a conversa.

Comparações críticas: Exemplos: "Ele pelo menos fez...você não fez nada...", ou "Você viu, querida, que a vizinha fez regime?"

Saída: "Ao invés de me comparar com outra pessoa, por que não diz o que espera de mim? "

EtiquetasExemplos: "boneca", "balofo", "você, o imprestável..."; "você, a feminista"; "você, o machão"; e etc...

Saída: "Não sou ..., meu nome é ..., peço que o utilize em nossa conversa."

Cuidado com os apelidos. Eles podem ser afetuosos, mas às vezes  infantilizam e desvalorizam. Evite apelidos em conversas sérias.

O tom acusador e "o porquê": o objetivo é fazer o outro se justificar
     
Quanto mais se justificar, mais afundará nesse jogo. Não se sente no banco dos réus. Atenha-se aos fatos e ao tema da conversa.

Dicas Gerais
No calor das emoções às vezes é difícil perceber estas armadilhas. Se algo te incomodar numa conversa, dê uma pausa, respire. 

Se possível saia do ambiente em que está, vá ao banheiro e lave o rosto e a nuca com água fria. O estímulo frio ajuda a ativar a via restaurativa do sistema nervoso. Isso ajuda a ter clareza. 

Se for uma situação muito estressante, adie a conversa para outro momento, assim poderá refletir sobre  a dinâmica da situação e escolher as melhores saídas. 

No próximo post vamos falar sobre o terceiro gerador de raiva e como nos livramos desses jogos psicológicos.

Para ver o próximo post clique aqui

A Ajuda Saudável


O desejo de ajudar faz parte da natureza humana. Mas não basta apenas ter boas  intenções. Para que a ajuda seja efetiva e não pese para nenhuma das partes, é preciso seguir algumas regras básicas. 

Estas regras valem para as situações comuns de amizade, trabalho, família, relacionamentos amorosos.

1 - É preciso que exista um pedido de ajuda claro. 

Uma ajuda não solicitada pode ser recebida como invasiva. E o que desejamos oferecer pode não ser o que o outro necessita.  

Uma vez feito o pedido, podemos avaliar se podemos ajudar ou não. Também é preciso respeitar as circunstâncias e ajudar na medida do possível. Não ofereça o que você não tem ou não pode dar no momento.

2 - A ajuda deve ser limitada ao conteúdo do pedido e por um tempo determinado. 

3 - A ajuda deve comportar uma contrapartida (mesmo que simbólica). 

O equilíbrio entre o dar e o receber deve existir em todas as relações. A ajuda sem possibilidade de reciprocidade tira a dignidade de quem está recebendo. Coloca quem ajuda numa posição de superioridade e mantém a outra pessoa presa a uma dívida eterna.

4 - Nunca fazer mais do que 50% do caminho para que o ajudado participe ativamente. 

5 - A ajuda deve visar que o ajudado retome sua autonomia. Não infantilizar quem está recebendo ajuda. 

6 - O ajudado está inserido num contexto e num sistema de relações

Quem ajuda deve ter um lugar no coração para todos os envolvidos. Ao ajudar alguém, tente ser o mais imparcial possível.  Esta é uma atitude simbólica, uma postura interna, que pode fazer toda a diferença.