Maria Madalena - A Mulher do Vaso de Alabastro

Arte: Shiloh Sophia McLoud

Quando o Sol e a Terra se alinhavam com Sírius, a estrela mais brilhante do céu, as sacerdotisas da Irmandade de Ísis realizavam a cerimônia de selamento dos pequenos vasos de alabastro, que continham perfumes e essências alquímicas sagradas e mágicas, produzidas ao longo de muito tempo de dedicação.

O selamento era feito de forma que uma vez quebrado o selo, não poderia mais ser fechado. Portanto, cada sacerdotisa guardava seu precioso frasco para usar em uma ocasião realmente especial ou para uma cura espiritual.

Entre elas estava uma que recebeu o nome de Maria de Magdala.

Maria é um dos títulos honoríficos da Deusa de Ísis. Muitas mulheres recebiam o nome de Maria para honrar a Grande Mãe.

Magdala não é apenas o nome de uma cidade. MAG significa Magia e DALA (relacionado à letra Dalet do alfabeto hebraico significa Porta/Portal e também Torre).

Portanto ela era a Guardiã do Portal da Magia da Grande Deusa. 
Esse Portal é simbolizado pelo ventre feminino e pela sexualidade sagrada.

Na Santa Ceia, ela quebrou o frasco e usou o precioso e raro perfume para untar os pés de Jesus, secando-os com seus cabelos. Esse gesto era um ritual de honra pagão, algo que só era oferecido a reis e Jesus aceitou com amor apesar das críticas de seus discípulos. 

Ela se tornou a principal discípula e herdeira dos ensinamentos do Mestre Jesus, a Guardiã do Santo Graal. Ao longo dos séculos muitos tentaram silenciá-la ou difamá-la. Apesar disso, a energia sagrada do feminino que ela representa persiste e retorna ao mundo. Ela foi canonizada, reconhecida como Santa.

Em 22 de Julho, quando o Sol e a Terra se alinham com Sírius, a estrela mais brilhante do céu,  acontece a transição do signo de Câncer (lunar) para o signo de Leão (solar), a abertura do Portal energético onde se reúnem as energias do feminino e masculino.

Da numerologia, sabemos que 22 é um número perfeito pois é múltiplo de 11 (o número da iluminação espiritual). Duas vezes 11, duas almas iluminadas unidas (Jesus e Maria de Magdala).

Também nesta época temos o Festival Judaico Tu Beav, o dia das almas gêmeas ou o dia do amor segundo a Kabbalah, em 2021 ocorre entre os dias 23 e 24 de julho. É uma data móvel no calendário solar ocidental, pois acontece sempre no dia 15 do mês Av, do calendário judaico que é lunar. Mas sempre próximo desta data.

Não foi por acaso que este dia foi escolhido para a Festa de Santa Maria Madalena! Sempre retratada na arte sacra como a mulher do vaso de alabastro... 

Há muitos portais energéticos neste período até o início de agosto, quando acontecem os festivais da Roda do Ano nas culturas ancestrais. 

Vamos celebrar e honrar esta energia maravilhosa, delicada e poderosa ao mesmo tempo, e seguir o caminho do cuidado amoroso com a existência.

Linda história, não é? 



Vício da Perfeição: Como Identificar e Cuidar? A Vida Fica Bem Mais Leve!



O vício da perfeição aparece de forma sutil e está tão arraigado em nossas vidas que não percebemos!

Como identificá-lo?

Quando uma voz interior fica o tempo todo dizendo:

"Eu deveria ser melhor."
"Deveria decidir mais depressa."
"Eu deveria ser mais corajosa."
"Não sou boa o bastante."
"Tenho que..."
"É imperioso que..."
"Deveria, deveria, deveria...."

Todas as vezes em que usamos estas palavras: "Deveria, tenho que..." nos distanciamos do desejo da alma, negligenciamos nossos sentimentos.

Essa voz que acreditamos ser a nossa, na verdade é a voz do Vício da Perfeição.

São falas que ouvimos daqueles que nos criaram e que internalizamos ainda crianças.

Como Cuidar?

É importante reconhecer essa voz interna que cobra, julga, critica...
Tomar consciência dela é o primeiro passo para a transformação.

Então, quando ela aparecer com:
"Você tem que..."
"Você deveria..."

Respire fundo e diga para si mesma:
"Ok. Estou percebendo essa cobrança, mas essa não é a voz da minha alma."

Apenas reconheça. Julgamentos e cobranças neste momento apenas reforçam esse padrão!

A única cura possível é através do Amor. Cuidando-se amorosamente.

Conecte-se com seus sentimentos, com seus desejos, e aí a cura começa...

Estamos no final deste capítulo lindo do livro A Feminilidade Consciente, de Marion Woodman, que tem trazido tantas partilhas e insights! 

Foi um encontro maravilhoso! ❤️

Gratidão a todas, mês que vem tem mais...😉



Às Vezes Um Deus Selvagem...


Às vezes um deus selvagem chega à mesa.
Ele é estranho e não conhece as artes da porcelana,
Dos talheres, da mostarda e da prata.
Sua voz transforma o vinho em vinagre.

Quando o deus selvagem chegar à porta,
Você provavelmente vai temê-lo.
Ele lembra algo escuro
Com que você talvez tenha sonhado,
Ou o segredo que você não quer compartilhar.

Ele não toca a campainha;
Em vez disso, raspa a porta com os dedos,
Manchando a tinta de sangue,
Embora as prímulas cresçam em círculos ao redor de seus pés.

Você não quer deixá-lo entrar.
Você está muito ocupado.
É tarde, ou cedo, e, além disso,
Você não consegue olhar de frente para ele
Porque ele o faz querer chorar.

Seu cachorro late; 
O deus selvagem sorri.
Estende a mão,
E o cão lambe suas feridas.
Depois o leva para dentro.

O deus selvagem está de pé em sua cozinha.
A hera tomou conta de seu aparador,
O visco se instalou nos abajures, 
E as carriças começaram a cantar
Uma canção antiga no bico de sua chaleira.

“Não tenho muito”, você diz, 
E lhe dá o que há de pior em sua comida.
Ele se senta à mesa, sangrando, 
Tosse raposas.
Há lontras em seus olhos.

Quando sua esposa chama lá de cima,
Você fecha a porta 
E diz que está tudo bem.
Você não vai deixar que ela veja
O estranho hóspede à sua mesa.

O deus selvagem pede whiskey
E você lhe serve um copo,
Depois serve outro para si mesmo.
Três cobras começam a fazer ninho
Em sua laringe. Você tosse.

Ó, espaço infinito!
Ó, mistério eterno!
Ó, infindáveis ciclos de morte e nascimento!
Ó, milagre da vida!
Ó, assombrosa dança disso tudo!

Você tosse novamente,
Cospe as cobras
E dilui o whiskey, 
Enquanto se pergunta como envelheceu tanto
E onde foi sua paixão.

O deus selvagem enfia a mão numa bolsa
Feita de pele de toupeira e rouxinol.
Tira dela uma flauta de bambus,
Ergue uma sobrancelha
E todos os pássaros começam a cantar.

A raposa pula para dentro de seus olhos.
As lontras correm da escuridão.
As cobras se espalham por seu corpo.
Seu cachorro uiva e, no andar de cima,
Sua mulher se alegra e chora ao mesmo tempo.

O deus selvagem dança com seu cachorro.
Você dança com os pardais.
Um veado branco puxa um banco
E muge, entoando hinos para encantamentos.
Um pelicano pula de cadeira em cadeira.

À distância, guerreiros pulam de seus túmulos; 
O ouro antigo cresce como grama nos campos.
Todos sonham com as letras de canções há muito esquecidas.
As colinas ecoam e as pedras cinzentas soam
Com risadas, loucura e dor.

No meio da dança,
A casa se eleva do chão.
As nuvens entram pelas janelas;
O raio atinge a mesa com força
E a lua se inclina para dentro.

O deus selvagem aponta em sua direção.
Você sangra muito.
Você sangra há muito tempo,
Talvez desde que nasceu.
Há um urso na ferida.

“Por que você me deixou morrer?”
Pergunta o deus selvagem e você diz,
“Eu estava ocupado sobrevivendo.
As lojas estavam todas fechadas;
Eu não sabia como. Sinto muito.”

Escute-os:
A raposa em seu pescoço 
E as cobras em seus braços,
A carriça e o pardal
E o veado ...
As grandes bestas inomináveis
Em seu fígado e seus rins e seu coração ...

Há uma sinfonia de uivos.
Uma cacofonia de conflitos.
O deus selvagem balança sua cabeça e
Você acorda no chão
Segurando uma faca,
Uma garrafa e um punhado de pelo preto na mão.

Seu cachorro dorme na mesa.
Sua esposa se agita lá em cima.
Lágrimas lhe correm pela face;
Sua boca dói de rir e gritar.
Um urso negro está sentado junto ao fogo.

Às vezes um deus selvagem chega à mesa.
Ele é estranho e não conhece as artes da porcelana,
Dos talheres, da mostarda e da prata.
Sua voz transforma o vinho em vinagre
E ele traz os mortos de volta à vida.

Autor: Tom Hirons
Tradução: Lourdinha Heredia


Harmonize-se com o Inverno


E chegou o Solstício de Inverno!

Foi a noite mais longa do ano, contendo em si a semente da luz -  que começa a aumentar juntamente com a duração do dia - até chegarmos ao equinócio da primavera, quando o dia e a noite terão a mesma duração.

Na antiguidade esta data era extremamente importante, marcando o Renascimento do Sol e a Regeneração da Terra. Havia muitas festas e danças ao redor do fogo, e o costume de pular a fogueira, que consideravam uma forma de purificação. Os solteiros que pulassem a fogueira acreditavam que encontrariam seu amor.

Estes costumes sofreram várias mudanças ao longo do tempo. No Brasil temos as festas juninas, uma lembrança desta época. Não é à toa que se canta: “Pula a fogueira Iaiá, pula a fogueira Ioiô..."


Com relação à saúde: as temperaturas mais frias são propícias para exercícios  vigorosos que ativam a circulação do sangue e aquecem o corpo. Também é preciso cuidar dos rins, o órgão chave desta estação, tomando muitos líquidos como sopas, caldos, chás…


Use  e abuse do gengibre nos chás e sopas, ele desintoxica o fígado e tonifica os rins, aumentando o fluxo da energia vital. O cravo e a canela, o mel e o limão também são bem vindos, ajudam a esquentar e a combater infecções.

O Inverno é o tempo do conforto, da boa comida, do aquecimento, do toque da mão amiga, da conversa ao pé da lareira: é o tempo do lar.


Do ponto de vista espiritual é uma época de regeneração, purificação e recolhimento. Quando refletimos sobre nosso caminho e fazemos as correções necessárias na trajetória para seguirmos na direção correta. O momento de vislumbrar o futuro, meditando e confiando nas orientações da nossa voz interior. É a incubação.

“A consciência de uma planta no meio do inverno não está voltada para o verão que passou, mas para a primavera que irá chegar. A planta não pensa nos dias que já foram, mas nos que virão. Se as plantas estão certas de que a primavera virá, por que nós – os humanos – não acreditamos que um dia seremos capazes de atingir tudo o que queríamos?”

Khalil Gibran


Limpe a Luz! Vídeo Encantador..



Inspiradora experiência da Dra. Bertice Berry, que faz lembrar a frase da Clarissa, no Livro Mulheres que Correm com os Lobos: 

"Não deixe sua lamparina debaixo da mesa!"

Lindo demais...

Legendado em português.